É o primeiro "prémio" da temporada que culmina nos Óscares: Helen Mirren vai ser distinguida pela sua carreira com a maior distinção dos Screen Ators Guild, o sindicato dos atores norte-americanos.

Com 13 nomeações SAG e cinco prémios, a atriz britânica torna-se a mais premiada pela organização.

“Estou honrada por ter sido escolhida para receber o Prémio SAG de carreira. Desde que era uma jovem atriz a começar, sempre fui inspirada e aprendi com a representação no cinema americano, pelo que este prémio é especialmente significativo para mim", revelou a atriz de 76 anos no comunicado oficial sobre a distinção que lhe será entregue numa cerimónia a 27 de fevereito.

Atualmente a filmar um "biopic" chamado "Golda", que abordará Golda Meir (1898-1978), a icónica e única Primeira-Ministra de Israel, Helen Lydia Mironoff, filha de mãe inglesa e pai russo que nos anos 1950 anglicizou o apelido para Mirren, ter uma carreira coroada de triunfos por todas as áreas da representação por onde passou: destacam-se um Óscar, o prémio de Melhor Atriz no Festival de Veneza e dois de Cannes, o Tony (teatro) e três Emmy (televisão).

No cinema, a interpretação de Isabel II em "A Rainha" (2006) será provavelmente a mais recordada em todas as evocações da sua carreira, a par da detetive Jane Tennison, que viveu ao longo das sete temporadas dessa extraordinária série chamada "O Principal Suspeito" (1991-2006).

HELEN MIRREN: DO CINEMA À TV, OS GRANDES MOMENTOS

Casada desde 1997 com o realizador Taylor Hackford (o mesmo de "Oficial e Cavalheiro" e "Ray"), oficializando uma relação que começou na rodagem de "O Sol da Meia-Noite" (1985), que curiosamente teve cenas rodadas em Portugal, a atriz sempre foi um espírito independente, dona de um humor cortante e uma franqueza desarmante.

Apesar do prestígio que sempre granjeou no teatro, curiosamente a carreira no cinema de "Dame" Helen Mirren foi dominada durante muito tempo por comentários maliciosos por causa da a naturalidade com que aceitava tirar a roupa, nomeadamente em "Homens Maduros" (1969), de Michael Powell, onde tinha o seu primeiro papel como protagonista, o infame "Calígula" (1979), o único filme produzido pela Penthouse e que um dia descreveu como uma "mistura irresistível de arte e genitais", ou em "O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela" (1989), de Peter Greenaway.

Foi "A Sexta-Feira Mais Longa" (1980) que realmente ajudou a lançar a sua carreira no grande ecrã, seguindo-se trabalhos importantes como "Excalibur"(1981), "Tempo de Guerra" (1984), " 2010 - O Ano do Contacto" (1984) e "A Costa do Mosquito" (1986) , ainda que isso não se tenha refletido nas bilheteiras.

Mesmo após "A Loucura do Rei George" (94), a sua primeira nomeação para os Óscares, Helen Mirren parecia destinada a ser mais uma daquelas atrizes com interpretações irrepreensíveis em filmes britânicos de prestígio, mas pouco vistos fora de fronteiras.

Tudo mudou com "A Rainha" (2006), com a qual ganhou praticamente todos os prémios disponíveis naquele ano e que a tornou efetivamente uma estrela de cinema internacional aos 61 anos, estatuto que mantém até aos nossos dias.