Numa das suas declarações polémicas, Quentin Tarantino dizia que ele e vários realizadores de Hollywood "mal podiam esperar" que o público se cansasse dos filmes de super-heróis.

No entanto, o todo-poderoso presidente da Marvel Studios, é da opinião que esse dia nunca vai chegar porque existem 80 anos de histórias "inovadoras" nas banda desenhadas que podem ser adaptadas para "diferentes géneros".

"Estou na Marvel Studios há mais de 22 anos, e a maioria de nós aqui na Marvel Studios tem andado por cá à volta de uma década ou mais. Provavelmente no meu segundo ano na Marvel, as pessoas perguntavam: ‘Bem, quanto tempo isto vai durar? Esta moda de filmes de banda desenhada vai acabar?'", disse Kevin Feige ao Moviebiz Podcast.

"Nunca percebi realmente a pergunta, porque, para mim, é o mesmo que dizer depois do 'E Tudo o Vento Levou' [1939] 'Bem, quantos filmes mais podem ser feitos de livros? Achas que o público vai azedar dos filmes adaptados de livros?'", continuou.

O presidente da Marvel Studios esclarece: "Ninguém perguntaria isso porque existe um entendimento inerente entre a maioria das pessoas de que um livro pode ser qualquer coisa. Um romance pode ter qualquer tipo de história. Portanto, tudo depende da história que se está a traduzir. Os leitores que não consomem banda desenhada não percebem que é a mesma coisa na banda desenhada".

Kevin Feige expõe os trunfos: "Há 80 anos das histórias mais interessantes, emocionantes e inovadoras que foram contadas nas bandas desenhadas da Marvel, e o nosso grande privilégio é poder pegar no que temos e adaptá-las. Outra forma de fazer isso é adaptá-las a diferentes géneros e aos tipos de filmes que queremos fazer".

E a receita para evitar a fadiga do público já foi encontrada: "Percebi que se contarmos a história certa e a adaptarmos de uma forma que o público ainda - bater na madeira até agora - nos está a acompanhar mais de 22 anos depois... podemos [fazer] qualquer tipo de filmes que partilhem duas coisas: o logotipo da Marvel Studios acima do título e a semente de uma ideia da nossa história editorial".