O primeiro grande festival de cinema organizado na Arábia Saudita terminou esta segunda-feira em Jidá, quatro anos depois do reino ter levantado a proibição à volta dos cinemas, numa tentativa de atenuar a imagem de país ultraconservador.

Durante uma semana, atores e realizadores árabes e estrangeiros participaram no Festival Internacional de Cinema do Mar Vermelho, onde foram exibidos 138 filmes, entre longa-metragens e curtas, procedentes de 67 países.

O evento gerou críticas de ativistas que pediram um boicote e denunciaram uma instrumentalização da cultura para ocultar o histórico do país em relação ao respeito aos direitos humanos, especialmente após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em 2018.

No entanto, várias personalidades compareceram e abstiveram-se de fazer comentários sobre os direitos humanos.

Rob Raco

"Acredito que o país faz coisas importantes e [o festival] é uma delas", disse à France-Presse o ator britânico Ed Westwick.

O músico e ator canadiano Rob Raco negou-se a fazer qualquer comentário além do tema do encontro.

"Acredito que agora estão a tentar criar um futuro melhor, não penso que possa comentar o assunto, simplesmente dizer que é um momento incrível para este país", afirmou.

Nos últimos anos, várias reformas foram implementadas na Arábia Saudita, como o levantamento da proibição de conduzir para as mulheres e a autorização de espetáculos e outros eventos mistos, mas ainda há uma repressão contra qualquer dissidência.

A detenção de opositores, a rejeição à comunidade LGBTQIA+ e a grande quantidade de execuções são alvo de críticas dos defensores dos direitos humanos.

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