«Nada Tenho de Meu» é o mais recente trabalho concluído pelo realizador que, dois dias antes da abertura da retrospetiva, vai também à Fnac Chiado, em Lisboa, apresentar a longa-metragem documental «O Sentido da Vida», em que já está a trabalhar e que desenvolverá nos próximos três anos.

Em comunicado, a produtora de
Miguel Gonçalves Mendes, JumpCut, afirma que, na apresentação deste projeto, terça-feira, às 12h00, o realizador irá abordar «o sistema inovador de financiamento que propõe levar a cabo para a concretização» do filme. Todas as sessões da retrospetiva, no City Alvalade, contam com um debate e com a presença do realizador.

As curtas-metragens
«D. Nieves» (2001) e
«A Batalha dos Três Reis» (2005) abrem o ciclo, na quinta-feira, dia 26, às 19h45.

«A Batalha dos Três Reis», rodado em 2001, foi o primeiro filme de Miguel Gonçalves Mendes, realizado em 2001, mas só foi estreado quatro anos depois. «D. Nieves» foi distinguido com o Prémio Europeo Massimo Troisi, de Itália, Prémio Melhor Jovem realizador, do Festival Ovarvídeo e Melhor Documentário do festival de Espinho.

Também na quinta-feira, mas às 21h30, é exibido
«José e Pilar», o documentário que registou o quotidiano do escritor José Saramago e da sua mulher, Pilar del Río. A longa-netragem recebeu os prémios Melhor Documentário, do Festival Cineport, do Público, do Festival Internacional de São Paulo, e da Mostra de Cinema Visões do Sul, e recebeu ainda os prémios de Melhor Montagem e Melhor BSO, da Academia Brasileira de Cinema.

No âmbito deste mostra, «José e Pilar» volta a ser exibido desta retrospetiva no sábado e no domingo.

No debate de sexta-feira, 27 de julho, além do realizador, participam Pilar del Río, Camané, Nuno Artur Silva e Pedro Gonçalves. Pilar del Río também participa no debate agendado para sábado.

Sexta-feira, às 21:30, é estreado no grande ecrã o documental da primeira temporada da série «Nada Tenho de Meu», longa-metragem que resulta da viagem de Miguel Gonçalves Mendes e dos escritores brasileiros Tatiana Salem Levy e João Paulo Cuenca «ao Extremo Oriente, para uma troca de experiências com artistas e pensadores de Macau, Hong Kong, Vietname, Cambodja e Tailândia», como escreve a produtora.

A série de vídeos «Nada Tenho de Meu» surgiu depois de os três autores terem sido convidados a estar presentes no I Festival Literário de Macau - Rota das Letras, e é descrita pelos autores como «uma mistura de caderno de viagens e ficção».

Antes desta estreia no grande ecrã, são exibidas, a partir das 19h15, várias curtas:
«Segunda-Feira»,
«Zarco»,
«Curso de Silêncio»,
«Dedicated To The One I Love» e
«Concerto para Cesariny».

«Zarco» resultou de uma encomenda para a Expo Saragoça 2008, e parte da frase de Teixeira de Pascoaes «Basta a miséria de um miserável para que todos sejamos miseráveis».

«Curso de Silêncio» inspira-se no universo de Maria Gabriela Llansol e «Concerto para Cesariny» partiu de um convite do compositor Joaquim Pavão, tendo Gonçalves Mendes utilizado «material inédito de «Autografia» para criar uma curta-metragem experimental», «baseada nos poemas-colagem de Cesariny», lê-se na apresentação da obra.

«Autobiografia» (2004), sobre a vida, o percurso e a individualidade de Mário Cesariny é exibido no sábado, às 15h30, e regressa aos ecrãs do City Alvalade, domingo e terça-feira.

O documentário
«Floripes» (2007), que procura retrar o imaginário dos pescadores e Olhão, é exibido segunda-feira e quarta-feira.

A retrospetiva encerra a 01 de agosto, com a repetição de «Floripes» e «Nada Tenho de Meu».