Kevin Smith foi uma das primeiras personalidades do mundo do cinema a perceber as grandes potencialidades da Internet, mas agora teve uma má experiência.
No fim de semana, o realizador esteve no festival LGBT para a celebração dos 20 anos do seu filme "Perseguindo Amy" e resolveu contar uma história da rodagem.
O filme conta a história de um autor de banda desenhada (Ben Affleck) que é amigo de uma lésbica (Joey Lauren Adams) por quem se começa a apaixonar. Esta retribui e começam uma relação, o que causa ciúmes ao melhor amigo dele (Jason Lee).
A história tem vários desenvolvimentos inesperados e um deles deixou apreensivos os atores porque tinham de se beijar.
E foi aqui que começou a atual polémica: Kevin Smith recordou que Ben Affleck chegou a dizer que beijar outro homem "era o maior desafio que um ator alguma vez pode enfrentar" e após completar a cena proclamou: "Agora sou um ator a sério."
O realizador contou tudo como uma anedota que mostrava a atitude da maioria dos atores nos anos 90, mas os comentários tornaram-se notícia e na terça-feira a Revista Paper colocou-os fora do contexto no Twitter, dando a entender que tinham sido feitos agora: "Ben Affleck diz que beijos gay são o 'maior desafio que um ator alguma vez pode enfrentar".
As reações contra Affleck nas redes sociais não se fizeram esperar e a atriz Evan Rachel Wood ("Westworld") foi uma das que se sentiu ofendidas, deixando uma sugestão sobre o que é mais difícil para um ator: "Tenta ser violado numa cena. E também, cresce Ben".
Quando alguém disse à atriz, que se assumiu como bissexual em 2011, que os comentários eram antigos, esta não recuou: "Tenho a certeza que ele pensou que era engraçado, mas mesmo piadas como essa são nocivas".
A revista acabou por apagar o tweet original, tal como Wood fez com os do ator por causa das "coisas doentias" que as pessoas estavam a escrever como resposta.
Na madrugada de quarta-feira, Kevin Smith usou o Facebook Live para um longo pedido de desculpas tanto a Ben Affleck como a Evan Rachel Wood, dizendo que já tinha contado a história do beijo muitas vezes e sempre com a melhor das intenções, mas sentiu-se muito mal com a dimensão que tudo atingiu.
"A culpa é minha. Contei uma história fofa que foi divulgada sem o contexto e depois colocada no Twitter sem as datas ou o que quer que seja e depois as pessoas ficaram zangadas", explicou num vídeo com quase 11 minutos.
"Claro que o Affleck não pensa assim hoje e quem sabe se pensava isso naquela altura? Mas podia, ele estava nos seus vintes. Todos nós dizemos coisas patetas nos nossos vintes. Mas não foi algo que ele divulgou para o mundo e sobre o qual falou. Foi algo que ele me disse", acrescentou.
"Não quero ver a Evan Rachel Wood a ficar zangada. Não a quero ver a pensar mal do Ben Affleck. Sinto-me muito mal", desabafou.
Culpando-se pela sua "boca grande", o realizador também assumiu várias vezes ao longo do vídeo que a relação com o ator se deteriorou e já não falam há vários anos, mas que continua a olhar com muito carinho para os tempos da juventude em que trabalharam juntos em vários filmes.
Veja o vídeo.
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