Paul Verhoeven abandonou Hollywood quando deixou de ter o controlo total sobre o seu trabalho, mas deixou a sua marca: todos os seus filmes originaram sequelas ("Robocop - O Polícia do Futuro", de 1987, "Instinto Fatal", de 1992, "Soldados do Universo", de 1997, e até "O Homem Transparente", de 2000), novas versões (novamente "Robocop" e "Desafio Total", de 1990) e até spin-offs ("Showgirls", de 1995).

Os estúdios investiram muito dinheiro principalmente nos recentes 'remakes' de "Desafio Total" e "RoboCop", respetivamente com Colin Farrell e Joel Kinnaman, mas os resultados não convenceram nem o público nem os críticos.

Nada que tenha surpreendido o realizador holandês, que está nos EUA a promover "Elle", um 'thriller' em francês onde dirige  Isabelle Huppert e que está a ser elogiado como um triunfante regresso artístico.

Numa entrevista ao Collider,  o veterano de 78 anos não se refugiou na diplomática desculpa de não ter visto as novas versões e explicou que falharam porque... se levaram demasiado a sério.

'De alguma forma, eles [os estúdios] parecem achar que a ligeireza de "Desafio Total" e "RoboCop" é um obstáculo. Portanto, pegam nestas histórias um tanto absurdas e tornam-nas demasiado sérias. Acho que isso é um erro', afirmou.

"Especialmente em 'RoboCop' quando ele acorda, dão-lhe o mesmo cérebro. Ele é uma vítima horrivelmente ferida e amputada, o que é horrível e trágico logo à partida. Portanto, não fizemos isso no "RoboCop" [o original].  O seu cérebro desapareceu e ele apenas tem flashes de memória e precisa ir a um computador para descobrir quem é. Ao não ter um cérebro robótico, acho que se está a tornar o filme muito mais pesado e não ajuda de maneira nenhuma. Torna-se mais pateta ou absurdo, mas da forma errada. Ambos os filmes precisavam do distanciamento da sátira ou comédia para os situar para os espectadores. Fazê-los a sério sem qualquer humor é um problema e não um progresso", explicou.

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