Já arrancou o "comboio" da temporada de prémios que culminará nos Óscares. Resta saber quais são os passageiros que vão chegar ao fim da viagem.

Apenas com uma paragem no Natal e na passagem de ano, estas são semanas em que se sucedem os anúncios de melhores filmes do ano e os favoritos desdobram-se em entrevistas e circulam em festas, cerimónias e festivais, socializando com jornalistas, colegas e votantes da Academia, tudo para se manterem relevantes na temporada e conseguir a nomeação que dá acesso privilegiado à cerimónia das estatuetas douradas a 12 de março de 2023.

A maioria dos atores e realizadores aceita que estas autênticas campanhas políticas fazem parte da promoção dos seus filmes, mas há quem lhes ganhe aversão: um deles é James McAvoy.

Muito elogiado pela sua interpretação em "Expiação", um filme decisivo para a sua afirmação em Hollywood, o ator escocês acabou relegado para um segundo plano em relação às colegas Keira Knightley e uito jovem Saoirse Ronan por recusar fazer campanha na temporada 2007-08.

"Expiação" viria a ser nomeado para sete Óscares, incluindo Melhor Filme e Atriz Secundária para Saoirse Ronan, ganhando a estatueta de Banda Sonora.

"Expiação"

A aversão tem explica-se com o testemunho direto do que foi preciso fazer no ano anterior para o seu colega Forest Whitaker ganhar o Óscar de Melhor Ator com "O Último Rei da Escócia".

Com ele próprio na antecâmara para uma nomeação na categoria de ator secundário. o ator recordou numa entrevista à edição britânica da revista GQ que "ficou claro para mim que estava a fazer isto para ajudar outras pessoas. E estava totalmente disponível para isso".

"Mas quando apareceu 'Expiação', tinha 26 ou 27 anos e pensei, não posso fazer isto, não vou fazer isto, não quero fazer isto. Não quero desempenhar esse papel. Promoverei o filme, tentarei ajudar e conseguir colocar espectadores no cinema. Mas a campanha, senti-me... senti-me reles", argumentou.

James McAvoy diz que teve sorte porque já estar numa fase da carreira em que não ia deixar de receber propostas por causa da sua aversão à auto-promoção numa temporada de prémios: pouco depois começou a fazer o primeiro de quatro filmes "X-Men" como uma versão mais jovem do Professor Charles Xavier.

Aos 43 anos e com cerca de 27 de carreira, James McAvoy ainda não foi nomeado para um Óscar.