A caminho dos
Óscares 2016
Ian McKellen afirmou "simpatizar completamente" com as queixas que estão a ser feitas pela falta de diversidade depois de os Óscares não terem nomeado artistas negros para as principais categorias pelo segundo ano consecutivo, mas recordou que não é um caso isolado.
"Não são apenas os negros que têm sido negligenciados pela indústria cinematográfica, costumavam ser as mulheres, são sem dúvida os homossexuais até aos dias de hoje. E são tudo críticas legítimas e claro que os Óscares são o foco dessas queixas", afirmou durante a sua presença no lançamento de um ciclo dedicado a Shakespeare no cinema promovido no British Film Institute.
"Se se está a tentar ter uma carreira enquanto negro ou latino num estado – Califórnia – em que os brancos são agora a minoria, e se é julgado por uma Academia em que a vasta maioria são brancos, homens, meia idade e velhos... bem, talvez essa seja uma bitola errada", acrescentou antes de defender que se os negros são "maltratados e subestimados", o tema é mais vasto.
"Nenhum homossexual assumido alguma vez ganhou um Óscar", recordou o ator de 76 anos, abertamente homossexual. "Pergunto-me se isso é preconceito ou [uma questão de] oportunidade", antes de se inclinar para o primeiro motivo quando lhe recordaram que Tom Hanks, Philip Seymour Hoffman e Sean Penn ganharam prémios da Academia por interpretaram homossexuais.
"Que esperteza, que esperteza. Que tal darem-me um por interpretar um heterossexual?", recordou o ator, que foi visto como um potencial candidato pela interpretação de um idoso Sherlock Holmes em "Mr. Holmes" (2015).
Ian McKellen foi nomeado em 1998 para Melhor Ator por "Deuses e Monstros" , que perdeu para Roberto Benigni em "A Vida é Bela", e em 2001 para Ator Secundário por "O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel", prémio ganho por Jim Broadbent em "Iris".
"O meu discurso esteve em dois casacos... 'Tenho orgulho de ser o primeiro homossexual assumido a ganhar o Óscar'. Tive de o voltar a colocar no bolso por duas vezes."
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