Uma nova versão de "O Padrinho: Parte III", um tardio e muito criticado final da saga após dois dos filmes mais importantes da história, será lançada nos cinemas em dezembro, informou o estúdio Paramount esta quinta-feira (3).

O filme que encerra a ascensão e queda da família do crime Corleone foi relativamente mal recebido em 1990, mas a nova edição refletirá "a visão original do final" de Francis Ford Coppola e do argumentista Mario Puzo.

"Para esta versão do final, criei um novo começo e fim, e reorganizei algumas cenas, planos e entradas de música", disse o lendário cineasta de 81 anos em comunicado.

"Com essas mudanças, e com imagem e som restaurados, acho que é uma conclusão mais apropriada para 'O Padrinho' [1972] e 'O Padrinho: Parte II' [1974]".

A nova versão também receberá um novo título, aquele que Coppola sempre quis: "Mario Puzo's The Godfather, Coda: The Death of Michael Corleone" ["O Padrinho' de Mario Puzo, Coda: A Morte de Michael Corleone", em tradução literal].

Coppola na rodagem de "O Padrinho: Parte III"

O filme terá um lançamento limitado nos cinemas americanos em dezembro, assinalando os 30 anos da estreia original, antes de ser lançado no formato digital.

"É um reconhecimento ao título favorito meu e do Mario, e às nossas intenções originais para o que se tornou 'O Padrinho: Parte III'", assinalou Coppola, que também disse esperar que a nova versão faça justiça à interpretação tão arrasada da sua filha, a agora aclamada cineasta Sofia Coppola, na altura com 17 anos.

Sofia Coppola, Andy Garcia

Apesar de não ter sido aclamado pela crítica como os dois primeiros, "O Padrinho: Parte III"" foi nomeado para sete Óscares, incluindo a categoria de melhor filme. Perdeu para "Danças com Lobos". Os dois primeiros ganharam as estatuetas nessa categoria.

Lançado 16 anos após o segundo filme da trilogia, o terceiro mostra Michael Corleone, sempre interpretado por Al Pacino, aos 60 anos, tentando tirar a sua família do mundo da máfia.

A nova versão envolveu uma "restauração cuidadosa plano a plano" do filme original e a inclusão de material inédito, que durou seis meses.

O trabalho, que incluiu consertar riscos e manchas nos negativos originais, teve que ser interrompido pela pandemia e concluído remotamente.

"Coppola supervisionou todos os aspetos da restauração enquanto trabalhava na nova edição, garantindo que o filme não apenas parecesse e soasse puro, mas também atendesse aos seus padrões pessoais e visão de direção", referiu Andrea Kalas, vice-presidente de arquivos da Paramount.

Coppola já relançou clássicos da sua autoria como "Apocalypse Now" e "Cotton Club".