Após muita especulação sobre o que ia acontecer, "Mulher-Maravilha 1984" não voltou a ser adiado e mantém as datas de estreia em 2020.

Após lançar "Tenet" em plena pandemia no verão (o único estúdio a arriscar um "blockbuster"), o estúdio Warner Bros. decidiu fazer uma nova revolução e a inovar a distribuição em Hollywood com um "blockbuster" de 200 milhões de dólares: o filme com Gal Gadot, Chris Pine, Kristen Wiig e Pedro Pascal vai estrear no dia de Natal nos EUA tanto nos cinemas que estiverem abertos como na plataforma de streaming HBO Max.

Nos mercados internacionais onde a HBO Max não está disponível, mantém-se a estreia normal no grande ecrã a partir de 16 de dezembro (como é o caso de Portugal, em que chega a 23).

"O momento chegou: a certa altura é preciso escolher partilhar qualquer amor e alegria que se tem para dar, acima de tudo o resto. Adoramos o nosso filme como adoramos os nossos fãs, portanto realmente esperamos que o nosso filme traga um pouco de alegria e alívio a todos vocês na temporada festiva", escreveu a realizadora Patty Jenkins ao anunciar oficialmente a novidade.

“Vejam-no NOS CINEMAS, onde é seguro fazê-lo (pesquisem o grande trabalho que os cinemas fizeram para que fosse assim!). E disponível na segurança das vossas casas na HBO Max onde não for seguro.", informou ainda a cineasta.

Patty Jenkins também avançou com outra novidade: está a ser preparada uma operação para permitir às pessoas alugar salas de cinema para verem o filme apenas com a família ou grupos de amigos em segurança.

"Tentaremos ajudar a levar o filme a tantos de vocês quanto pudermos e agradecemos a todos pelo vosso apoio. Vocês são grandes fãs.", concluiu.

Nos últimos meses, a Warner já tinha optado por lançar filmes como "As Bruxas de Roald Dahl" e "Scoob!" em streaming ou video-on-demand (VOD) nos EUA, mantendo a estreia em cinemas noutros países, mas é o primeiro estúdio a lançar um "blockbuster" das duas formas ao mesmo tempo (a Disney apenas lançou a versão em imagem real de "Mulan" em VOD na sua plataforma em setembro, para grande descontentamento dos cinemas).

Numa experiência que será certamente acompanhada de perto por outros estúdios, a Warner mantém a promessa de estrear um filme com grande potencial para chamar público de volta aos cinemas em grande crise, ao mesmo tempo que tem um "argumento de peso" para atrair novos subscritores nos EUA para a sua plataforma de streaming e competir com os rivais, principalmente o Disney+, que também irá lançar o filme da Pixar "Soul" no dia de Natal.

Com potencial para chegar aos mil milhões de dólares, a Warner também está a assumir o risco da perda de receitas de bilheteira, tanto para o streaming como para a inevitável pirataria.

VEJA O TRAILER DE "MULHER-MARAVILHA 1984".