As mulheres e as minorias abriram mais espaços em Hollywood, mas continuam sub-representadas na indústria do entretenimento, indicou um estudo divulgado esta quinta-feira (21).
O "Relatório [anual] de diversidade de Hollywood", o sexto publicado pela prestigiosa universidade UCLA de Los Angeles, examinou 200 filmes em 2017 e 1.360 programas transmitidos pela televisão ou plataformas digitais na temporada 2016-17.
O estudo, publicado a três dias da entrega dos Óscares, abarcou também a contratação de mulheres e minorias tanto diante quanto por trás das câmaras em 12 trabalhos importantes, como protagonistas, realizadores e argumentistas.
"Por trás das câmaras e diante delas, os avanços para as pessoas de cor [como são denominados nos Estados Unidos aqueles que não são brancos] e mulheres aumentaram modestamente", disseram os autores do estudo em comunicado.
O relatório destacou sucessos de bilheteira, como "Crazy Rich Asians" e "Black Panther", com elencos compostos quase totalmente por atores asiáticos (no caso do primeiro) e negros (no segundo).
"A cada ano, os dados mostram que os conteúdos de cinema e televisão com elencos diversos ganham mais dinheiro e têm maior audiência", indicou Darnell Hunt, um dos investigadores que comandou este estudo.
As minorias representam 40% da população em geral, enquanto as mulheres são 50%.
Mesmo assim, a percentagem de atores de minorias como protagonistas em filmes aumentou para 19,8% em 2017 e o de mulheres para 32,9%.
"Vimos um avanço modesto em filmes, mas o sistema de poder já instaurado - dominado por executivos homens e brancos - é difícil de mudar", disse Ana-Christina Ramon, outra autora do relatório.
"O tipo de mudança estrutural necessário para uma nova ordem de negócios na indústria cinematográfica ainda não ocorreu e seu impulso exigirá vigilância e consciência sustentáveis", acrescentou.
O estudo destacou que a TV tem sido a maior protagonista em acolher mulheres e minorias, em parte devido ao fenómeno de crescimento das plataformas streaming como Netflix, Hulu e Amazon.
"Algo está a acontecer na televisão com relação à diversidade, que só pode apontar o caminho para um novo começo para a indústria", comemorou o relatório.
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