O cineasta, escritor e jornalista brasileiro Arnaldo Jabor morreu hoje em São Paulo devido a complicações decorrentes de um derrame que sofreu e levara ao seu internamento em dezembro passado, segundo relatos dos ‘media’ locais.

Nascido no Rio de Janeiro a 12 de dezembro de 1940, Jabor tornou-se uma referência do "Cinema Novo", um movimento surgido nos anos 1960 que tentou refletir a realidade do Brasil.

Jabor, 81 anos, dirigiu filmes como "Tudo bem" (1978), "O casamento" (1975) e "Eu sei que vou te amar" (1986), que concorreu à Palma de Ouro e valeu o prémio de Melhor Atriz a Fernanda Torres no Festival de Cannes (ex aequo com Barbara Sukowa).

No concurso mais importante do cinema internacional, o realizador viu ainda concorrer à Palma "Pindorama", em 1971.

Arnaldo Jabor também dirigiu "Toda nudez será castigada" (1973), adaptação de uma peça de Nelson Rodrigues que faz uma crítica à moral burguesa, que ganhou um Urso de Prata no Festival de Berlim e ganhou um prémio no Festival de Gramado (Brasil) pelo papel principal da atriz Darlene Glória.

Também dirigiu "Eu te amo" (1980), protagonizado por Sónia Braga e Paulo Cesar Percio. O seu último filme, “A Suprema Felicidade”, foi lançado em 2010.

Entre as suas obras literárias, destacam-se "Pornopolítica" e "Amor é prosa, Sexo é poesia".

Um provocador crítico de governos de diferentes matizes e que chegou a ser censurado pela ditadura militar, Jabor também era conhecido por ser um comentador de estilo ácido sobre diversos temas - sobretudo política, nos noticiários da TV Globo a partir da década de 1990, participação que cessou em novembro passado devido a problemas de saúde. Também foi colunista do jornal O Globo.

"Nos seus filmes e textos, procurava observar a sociedade brasileira, compreender os seus paradoxos e criticar as suas hipocrisias", destaca uma nota publicada esta terça-feira pelo O Globo, que recorda os seus mais de 50 anos de trajetória.

O cineasta deixou um filme inédito rodado em São Paulo chamado "Meu último desejo", segundo O Globo.

Jabor teve três filhos: João Pedro, Juliana e Carolina, que seguiu os seus passos como cineasta e produtora.

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