Vencedor do Óscar por "Million Dollar Baby" e lenda de Hollywood, Morgan Freeman deu uma rara entrevista que está a dar que falar, principalmente a parte em que se considera um "insulto" a existência do Mês da História Negra, uma comemoração que acontece em fevereiro nos EUA, e o termo "afro-americano" para descrever as pessoas de pele escura.

"Duas coisas que posso dizer publicamente que não gosto: o Mês da História Negra é um insulto. Você vai relegar a minha história a um mês?", argumentou o ator numa entrevista ao jornal The Sunday Times [acesso pago].

"Além disso, 'afro-americano' é um insulto. Não concordo com esse rótulo. Os negros tiveram títulos diferentes desde a palavra com n[nigger] e não sei como essas coisas ganham tanta tração, mas toda a gente usa o 'afro-americano'. O que realmente significa isso? A maioria dos negros nesta parte do mundo são mestiços. E diz-se África como se fosse um país quando, na verdade, é um continente, como a Europa.", acrescentou.

Quando é recordado pelo jornalista Jonathan Dean que Denzel Washington disse uma vez "tenho muito orgulho de ser negro, mas negro não é tudo o que sou', Freeman concordou com o colega com quem conracenou em "Tempo de Glória", de 1989: "É exatamente isso. Concordo completamente. Não me podem definir dessa forma".

Freeman começou a sua carreira no teatro e televisão, mas só se tornou conhecido do grande público aos 52 anos, já depois do caminho aberto por Sidney Poitier para a maior diversidade de papéis para os atores negros.

Noutra parte da entrevista, admite precisamente "ter tanta inveja da carreira do Denzel, porque ele está a fazer o que eu queria fazer".

Mas 17 anos mais velho, a sua experiência é diferente: "Quando a minha carreira começou no cinema, queria ser um camaleão. Lembro-me de [Robert] De Niro no início a fazer papéis muito diferentes, quase irreconhecível como o mesmo ator. Tive oportunidades dessas. Mas à medida que se amadurece neste negócio, eventualmente torna-se uma estrela. Nessa altura, basicamente fica-se 'tramado' no que diz respeito a referir-se a si mesmo como um ator de composição. Você interpreta o mesmo tipo de papel. As pessoas contratam-te e dizem 'É você quem eu quero'. E você vive com isso".

Freeman vai ainda mais longe sobre a reflexão sobre a atual fase da carreira: "Acho que não fiz muito nos últimos 10 anos que tenha sido muito diferente. ‘Miss Daisy’ e ‘Tempo de Glória’ eram diferentes. Agora? Sou só eu. A personagem adapta-se a você e não o contrário, portanto faço o que desperta o meu interesse. Às vezes, é apenas pelo dinheiro".

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