Afinal, Michael Caine voltaria a fazer filmes com Woody Allen.

Em março de 2018, ainda no auge dos movimentos #MeToo e Time´s Up, originados pelos escândalo à volta dos abusos sexuais do produtor Harvey Weinstein, o lendário ator britânico afirmou ao jornal The Guardian que não voltaria a fazer filmes com Woody Allen após Dylan Farrow, a sua filha adoptiva, ter reafirmado as acusações de abuso sexual que terá alegadamente sofrido em 1993, quando tinha sete anos.

Michael Caine anuncia que também não voltará a trabalhar com Woody Allen
Michael Caine anuncia que também não voltará a trabalhar com Woody Allen
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Por essa altura, Colin Firth, Kate Winslet, Mira Sorvino, Natalie Portman, Peter Sarsgaard ou Ellen Page, entre outros, já tinham afirmado que não voltariam a trabalhar com Woody Allen ou expressaram o arrependimento por o terem feito, mas a revelação de Michael Caine causou impacto porque ganhou o primeiro Óscar com um dos seus melhores filmes, "Ana e as Suas Irmãs" (1986).

Entretanto, o ator parece ter mudado de ideias porque agora deu uma resposta muito diferente quando a revista Rolling Stone recordou o Óscar e lhe perguntou o que faria se lhe fosse oferecido um papel num novo filme do realizador.

"Não aceitaria se ele tivesse um julgamento e alguém provasse que tinha feito alguma coisa. Não. Mas não li nada sobre ele estar a ser julgado e ser considerado culpado ou multado ou mandado para a prisão ou o que quer que seja. Isso é tudo que as pessoas dizem. Não podemos estar sempre a ir pelos rumores", explicou.

Por causa da atenção mediática à volta das antigas alegações, a Amazon suspendeu indefinidamente a estreia de "A Rainy Day in New York", fazendo com que 2018 fosse o primeiro ano desde 1981 em que não estreou um filme de Woody Allen.

Em 1993, as autoridades médicas e judiciais não encontraram indícios que justificassem avançar com acusações contra o realizador, que sempre desmentiu os alegados abusos.

"Quando essa acusação foi feita pela primeira vez há mais de 25 anos, ela foi investigada minuciosamente pela clínica de abuso sexual infantil do Hospital Yale-New Haven e pelos serviços de proteção infantil do Estado de Nova Iorque. Ambos fizeram isso durante muitos meses e concluíram de forma independente que nunca existiu qualquer abuso. Em vez disso, eles acharam que era muito provável que uma criança vulnerável tivesse sido treinada para contar a história pela sua mãe zangada [Mia Farrow] durante um divórcio contencioso.", disse em janeiro de 2018 ao programa CBS This Morning.

"O irmão mais velho de Dylan, Moses, disse que ele testemunhou a sua mãe a fazer exatamente isso - implacavelmente a treinar Dylan, tentando enfiar nela que o pai dela era um perigoso predador sexual. Parece ter funcionado - e, infelizmente, tenho certeza que Dylan realmente acredita no que ela diz.", continuava a declaração.

"Mas mesmo que a família Farrow esteja a usar cinicamente a oportunidade oferecida pelo movimento 'Time's Up' para repetir esta acusação desacreditada, isso não a torna mais verdade hoje do que era no passado. Nunca abusei da minha filha - como todas as investigações concluíram há um quarto de século", concluiu.

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