O grupo de 5765 votantes que decide a atribuição dos galardões máximos da Sétima Arte não é, segundo a investigação, muito diverso. A ilustrá-lo estão três dados: 94 por cento são brancos, 77 por cento são homens e a idade média situa-se nos 62 anos (as pessoas abaixo dos 50 representam apenas 14 por cento).

Cerca de uma semana antes da cerimónia de atribuição dos Óscares, o jornal norte-americano sublinha que esta diversidade é muito menor do que a do público que consome cinema.

O «The Los Angeles Times» conseguiu identificar 89 por cento dos membros da Academia. Como a lista dos membros não é pública, a especulação em torno da composição deste grande júri e da sua influência nos vencedores tem aumentado.

Nessas entrevistas, o jornal obteve reações diferentes ao monolitismo dos votantes da Academia. Alguns vêem-no como um espelho de uma indústria cinematográfica dominada por homens e brancos, outros realçam que a missão da Academia é reconhecer o mérito e não promover a diversidade. Muitos reconheceram que a Academia devia ser mais representativa.

Em 1996, o reverendo Jesse Jackson organizou um protesto contra a ausência de negros entre os nomeados para os Óscares, apontando culpas à «exclusão racial e violência cultural» de Hollywood.

No ano passado a questão ressurgiu, já que, entre os 45 candidatos aos prémios, não havia um único membro de uma minoria. Nos últimos 83 anos, menos de quatro por cento dos atores e atrizes apontados como candidatos eram de origem negra e foi preciso esperar até 2010 para que uma mulher levasse para casa uma estatueta dourada na categoria de Melhor Realização:
Kathryn Bigelow, por
«Estado de Guerra».

Tanto o presidente da Academia,
Tom Sherak, como o chefe executivo,
Dawn Hudson, têm dito que é preciso diversificar, mas reconhecem que a mudança será lenta e difícil, até porque as limitações à entrada de novos membros têm aumentado na última década.

A Academia é constituída sobretudo por profissionais no ativo – metade dos quais atores e atrizes dos filmes mais recentes. Mas, uma vez membro, é-se membro toda a vida, o que faz com que centenas de eleitores da Academia não trabalhem em filmes há décadas.

Alguns já deixaram mesmo a indústria cinematográfica – há até uma freira e um dono de livraria, refere o jornal -, cujos votos contam exatamente o mesmo dos de atores como
Julia Roberts,
George Clooney e
Leonardo DiCaprio.

@Lusa