A primeira edição da Bienal de Cinema de Leiria acontece entre 27 de outubro e 5 de novembro, contando com nomes como Gonçalo Almeida, David Bonneville, João Gonzalez, Luísa Sequeira ou Surma.

A iniciativa é dedicada a longas-metragens, com organização do Leiria Film Fest, associação que promove há dez edições um festival de curtas-metragens.

Segundo a diretora, Cátia Biscaia, o evento surge para tentar levar cinema para além das grandes cidades.

“Nós temos um museu [m|i|mo - Museu da Imagem em Movimento] que é fantástico e que é um marco no país. Portanto, faz todo o sentido começarmos a crescer nesta área da Sétima Arte. Leiria também se quer impor nesta área”, afirmou à Lusa.

De acordo com Cátia Biscaia, a intenção é “colocar Leiria no mapa” do cinema, trabalho para o qual tem contribuído o Leiria Film Fest e outra programação que a associação tem levado ao m|i|mo, como os ciclos temáticos ou a mostra de ‘video art’.

“Com este convite do município [de Leiria], acabámos por intensificar [a aposta] e esperamos descentralizar um bocadinho o cinema de Lisboa e Porto, trazendo-o para Leiria. Temos um museu e temos infraestruturas e o suporte, portanto, faz todo o sentido”, disse a diretora, a propósito da bienal que se estreia no final do mês.

A estrutura da Bienal de Cinema de Leiria foi crescendo a partir da ideia original e entretanto a programação projetou-se para oito dias integralmente a ter lugar no m|i|mo, com destaque para a exibição de filmes com presença de realizadores, casos de Gonçalo Almeida, David Bonneville, Luísa Sequeira e João Gonzalez, que apresenta uma retrospetiva no dia 02 de novembro.

Haverá ainda o lançamento do livro “O olhar do guionista”, de Nélia Cruz, formação sobre curta-metragem de terror, uma masterclasse sobre processo criativo na realização, a extensão de ‘curtas’ do festival MOTELX e uma exposição de cartazes de filmes antigos.

A bienal completa-se com a gravação do programa “Cinemax”, da RTP, no m|i|mo, uma conversa com a programadora Rita Capucho sobre o festival Porto Femme, a inauguração da segunda edição de “MIMO Video Art” e um concerto de Surma inspirado em música para cinema.

“Inicialmente, pensámos numa coisa muito mais pequena que, de repente, se transformou numa coisa maior”, assumiu Cátia Biscaia. “Achámos que seria interessante introduzir outras formas artísticas”.

A expectativa da organização é atrair público curioso também com a presença dos realizadores, “alguns já com alguns anos de experiência”.