Jodie Foster foi uma testemunha direta e confrontou Robert Downey Jr. sobre o seu vício com as drogas.
Tudo aconteceu nos primeiros meses de 1995, dois anos após ser nomeado para o Óscar de Melhor Ator por "Chaplin" e pouco antes de começar a fase em que os grandes estúdios de Hollywood o deixaram de contratar, considerado que era um risco demasiado grande.
A atriz recordou o dia em que confrontou quando faziam "Fim-de-Semana em Família", o seu segundo filme como realizadora e que tinha ainda no elenco Holly Hunter, Anne Bancroft, Charles Durning, Steve Guttenberg e Geraldine Chaplin, entre outros.
"Levei-o para o lado a certa altura durante a rodagem e disse, 'Olha, não podia estar mais grata pelo que tens dado neste filme'", contou Foster numa contribuição para grande perfil sobre o ator publicado pela revista Esquire.
"Mas estou com medo do que te acontecerá a seguir. Neste momento és incrivelmente bom a equilibrar-te no banco alto. Mas é realmente precário e não tenho certeza como é que isso vai acabar", acrescentava.
De facto, em junho de 1996 Downey foi detido por posse de heroína, cocaína e uma arma carregada após ser apanhado em excesso de velocidade em Sunset Boulevard. Voltaria a ser preso várias vezes sob acusações relacionadas a drogas até 2001.
À pergunta sobre a levou a arriscar em Downey Jr. numa altura em que já se falava dos seus vícios dentro da indústria, Foster fala de um 'génio'.
"O que havia de tão interessante nele era o génio que era - havia mais criatividade no seu dedo mínimo do que jamais terei em toda a minha vida - mas não tinha disciplina', explicou.
"Estava tão espalhado que todo aquele talento maravilhoso era como se estivesse a bater os braços na água e a fazer uma grande confusão", recorda.
"Mas estava lá em algum lugar, não é? Porque agora ele é alguém que se tornou disciplinado quase como uma forma de sobrevivência”, notou.
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