Os Independent Spirit Awards decidiram acabar com a distinção de género nas categorias de interpretação, tornando-se a mais importante organização de prémios de cinema e televisão a instituir esta mudança.

A decisão foi anunciada esta terça-feira, no âmbito de várias alterações nos prémios para os filmes do circuito independente americano, seguindo o exemplo da sua congénere britânica e ainda dos Grammys, do Festival de Berlim ou dos MTV Movie & TV Awards.

As tradicionais quatro categorias de interpretação, Melhor Ator/Atriz Principal e Melhor Ator/Atriz Secundário, que tinham cinco nomeações, vão ser combinadas em duas com dez nomeações cada, intituladas Melhor Interpretação Principal e Melhor Interpretação Secundária.

O mesmo acontecerá em televisão, que além de passar a ter uma categoria que pode ser traduzida como "Melhor Interpretação em Nova Série com Argumento", terá uma nova para as interpretações secundárias nos mesmos moldes.

Na área de cinema, surgirá ainda uma nova categoria de interpretação, para Melhor Revelação, que terá apenas cinco nomeados.

A outra mudança substancial é o aumento do limite do orçamento para os filmes serem elegíveis para os prémios, que passa de 22,5 para 30 milhões de dólares, justificado com o aumento dos custos de produção de cinema. Também o prémio John Cassavetes, destinado a filmes com um orçamento até 500 mil dólares, passou para um milhão de dólares.

A organização dos "Spirit" também decidiu que a próxima cerimónia será a 4 de março de 2023, seguindo o exemplo deste ano, que quebrou uma longa tradição de se realizar na véspera dos Óscares (que serão a 12 de maço em 2023).

Mas ao contrário da Academia que entrega as estatuetas douradas, os prémios do cinema independente decidiram não exigir que os filmes tenham lançados em sala para serem nomeados.

Trata-se de um reconhecimento implícito de que o setor é o mais afetado na indústria cinematográfica pelo impacto da pandemia.