Há 25 anos, "Gritos", com Neve Campbell e Courteney Cox como protagonistas, revitalizou o terror com a sua visão autoconsciente do género, que estava cada vez mais estereotipado e sangrento.

O capítulo mais recente da saga, com a mesma dupla, chega esta semana aos cinemas dos Estados Unidos com o mesmo visual, mas agora para mostrar a sua visão de um género que tomou outro rumo. Em Portugal, a estreia está confirmada par 20 de janeiro, mas estão confirmadas sessões antecipadas.

"Graças a Deus estamos a trabalhar numa franquia e num universo em que não há problema um filme ser muito auto-reflexivo", disse o co-realizador Tyler Gillett à agência France-Presse.

Tal como aconteceu no filme original de 1996, as personagens do novo "Gritos" passam uma boa parte da história a discutir clássicos do cinema de terror, tentando adivinhar quem será o próximo a ser morto.

Elas percebem então que o alvo da última onda de ataques na sua cidade na Califórnia são pessoas ligadas aos assassinos originais.

Uma das personagens explica a atração que o novo público sente pelos 'requels', filmes que relançam as franquias com um elenco mais jovem ligado aos protagonistas originais.

Perante os olhares atentos dos seus colegas atores mais jovens, David Arquette, também de regresso para esta produção, adverte: “Existem certas regras para sobreviver. Acreditem, eu sei”.

O filme também visita locais que marcaram a saga.

Tudo começa com uma cena que evoca a de Drew Barrymore no primeiro "Gritos", ao receber uma ligação do assassino no telefone fixo antes de começarem os créditos do filme.

"Uma das coisas que 'Gritos' faz muito bem é nunca subestimar o seu público", destacam os envolvidos no novo filme.

Quem foi?

Realizadores e produtores na rodagem de 'Gritos'

Embora os realizadores quisessem aproveitar a oportunidade para produzir uma "carta de amor" ao falecido cineasta Wes Craven, que dirigiu todos os quatro filmes da saga, Gillett disse que esta parte não poderia ser "apenas nostalgia".

Ao contrário do original, que surgiu quando o terror 'slasher' estava a perder força - marcado pela presença de um personagem que assassina brutalmente jovens -, o novo "Gritos" surge num momento em que emerge um novo terror artístico, com consciência social, pela mão do realizador Jordan Peele.

As personagens do filme discutem pomposamente o seu gosto pelo género, mencionando filmes como "O Senhor Babadook" (2014), "Hereditário" (2018), bem como "Foge!" (2017), precisamente de Peele.

"Vivemos uma era de ouro. E também esperamos que este filme apresente às pessoas aqueles filmes com os quais elas não estão familiarizadas", diz o realizador Matt Bettinelli-Olpin.

"Estamos claramente a brincar e a divertir-nos com esta ideia de 'horror artístico', acrescentou Tyler Gillett, que completa a dupla que antes do novo "Gritos" fez outro elogiado filme de terror, "Ready or Not - O Ritual" (2019).

"Independentemente de como queira chamá-lo para se sentir à vontade a ver um filme de terror, para nós tudo é acessório. Enquanto as pessoas ficarem entusiasmadas com as histórias, para nós tudo vale a pena".

Uma coisa que não mudou é o elemento de suspense, de identificar quem é o assassino por trás da distintiva máscara branca que emula um fantasma.

Para manter a incógnita, os cineastas trabalharam nas reviravoltas e em evitar que vazassem o argumento.

Nos testes, por exemplo, os atores só tiveram acesso às cenas de abertura do filme.

“Mesmo quando tínhamos o elenco, demos-lhes apenas as páginas da personagem”, disse o produtor executivo Chad Villella.

"Eles realmente abraçaram o suspense", concluiu.

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