A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood acaba de anunciar as personalidades do cinema que serão galardoadas este ano com troféus honorários de celebração de carreira. Será a segunda vez que os galardões não serão atribuídos na própria cerimónia de entrega dos Óscares e sim numa celebração especial realizada antes, que não terá emissão televisiva.
Lauren Bacall,
Roger Corman e
Gordon Willis foram os recipientes das estatuetas honorárias em 2009, o primeiro ano em que tal sucedeu.

O nome mais indiscutível, mas também o surpreendente e controverso, da lista de galardoados é o do cineasta francês
Jean-Luc Godard. Um dos realizadores mais incontornáveis de toda a história do cinema, fundador de uma estética e de uma linguagem cujos ecos ainda hoje se fazem sentir, Godard sempre foi muito crítico dos actuais rumos do cinema e da própria cerimónia dos Óscares, pelo que não é líquido que o artista esteja presente para receber a estatueta ou, caso esteja, que palavras poderá então proferir.

Além da sua importância enquanto crítico de cinema na revista
«Cahiers du Cinema», Godard foi o mais emblemático nome da Nouvelle Vague francesa, que corporizou em filmes como
«O Acossado» (1960), uma das obras mais influentes de sempre. Desde então nunca deixou de inovar, numa carreira fulgurante e muito individualizada, que o tornava um dos nomes cuja ausência do palmarés dos Óscares era mais chocante, só compreensível pelo receio da sua reacção negativa à recepção do prémio.

Eli Wallach, já com 94 anos, é um actor com mais de 50 anos de carreira no cinema, onde se estreou em 1956 com «Baby Doll», de Elia Kazan. O intérprete, também com longo percurso no teatro, nunca tinha sido nomeado aos Óscares, apesar de interpretações inesquecíveis em filmes como
«O Bom, o Mau e o Vilão»,
«Os Inadaptados»,
«Os Sete Magníficos» e
«O Padrinho - Parte III».

Kevin Brownlow é porventura o mais importante documentarista do cinema mudo, tendo escrito livros fundamentais sobre o período (incluindo o imprescindível
«The Parade's Gone By»). Além de ter realizado documentários incontornáveis sobre a época, Brownlow também tem sido muito activo na preservação de películas, destacando-se os trasbalhos monumentais que fez em obras como «Napoleão», «Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse» e «O Ladrão de Bagdad».

Finalmente, o Irving G. Thalberg Award, atribuído a produtores com uma obra de consistente relevância e qualidade, será atribuído a
Francis Ford Coppola que, através da sua produtora American Zoetrope, já produziu, além de muitos dos próprios filmes, obras como
«American Graffiti - Nova Geração»,
«Lost in Translation - O Amor é Um Lugar Estranho» e
«O Bom Pastor». Coppola já foi oscarizado cinco vezes: pelo Argumento Original de
«Patton», pelo Argumento Adaptado de
«O Padrinho» e pelo Argumento Original, a Realização e o próprio Filme por
«O Padrinho - Parte II».

A cerimónia vai será realizada a 13 de Novembro, em Hollywood.

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