Cem anos tinha a personagem Rose no início de
«Titanic», o multi-oscarizado filme de
James Cameron, e 100 anos tinha a actriz que a interpretou,
Gloria Stuart, quando faleceu a 26 de Setembro, vitimada por um cancro no pulmão. Foi uma das únicas vezes em que uma mesma personagem valeu a duas actrizes diferentes a nomeação ao Óscar (
Kate Winslet, que interpretava Rose em jovem, foi nomeada como Melhor Actriz, e Stuart foi nomeada Melhor Actriz Secundária), e a designação tornaria a artista, aos 86 anos, na mais idosa intérprete nomeada a um Óscar.

Mas a carreira de Gloria Stuart, naturalmente, começou muito antes, e teve um pico de fama nos anos 30, graças não só à sua elegância e beleza, como também ao seu talento, que o cinema poucas vezes soube aproveitar. Contratada pela Universal após um percurso no teatro, Stuart faria os seus filmes mais memoráveis dessa época para
James Whale, com papéis de relevo nos importantes
«The Old Dark House» (1932),
«O Homem Invisível» (1933) e
«Um Beijo Defronte do Espelho» (1933).

Insatisfeita com os papéis que lhe atribuía a Universal, Stuart mudou-se de armas e bagagens para a 20th Century Fox, onde teve fortuna ainda pior: dos 42 filmes que aí fez contam-se pelos dedos de uma mão os de particular relevo, destacando-se
«As Gold Diggers de 1935», de
Busby Berkeley,
«O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões», de
John Ford,
«Soldadinho de Chocolate», com
Shirley Temple, e
«Os Três Mosquiteiros», de
Allan Dwan, onde fez de Rainha Ana.

Embora tenha sido membro fundador do Screen Actors Guild, a insatisfação com o rumo da sua carreira levou-a a deixar o cinema no início da década de 40, dedicando-se a partir daí à pintura.

Em 1975, após 29 anos afastada da actuação e com o marido num lar, Stuart tentou regressar à interpretação, mas só lhe couberam pequenos papéis na televisão e uma ou outra prestação minúscula no cinema até
James Cameron a escolher para o papel de Rose em
«Titanic». Estreado em 1997, o filme tornou-se então o maior êxito da história do cinema e valeu a Stuart a personagem mais mais popular da sua carreira.

A actriz não voltou a ter grandes papéis, mas passou a última década em homenagens, sendo a mais recente um tributo realizado na Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, em Julho último, cerca de 20 dias depois de ter completado 100 anos, e que incluiu uma conversa com o historiador Leonard Maltin.

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