Numa altura em que muito se fala de "Liga da Justiça de Zack Snyder", que ficou disponível na HBO a 18 de março, as atenções também se viraram para outro filme marcante do realizador, o épico "300".

Baseado na novela gráfica de Frank Miller, conta a história da Batalha de Termopilas em que o Rei Leonidas (Gerard Butler) e 300 Espartanos lutaram até à morte contra Xerxes (Rodrigo Santoro), Imperador Persa, e o seu gigantesco exército.

Lançado em 2006, o estilizado filme tornou-se um surpreendente sucesso de bilheteira e um fenómeno de culto, além de um momento revolucionário no cinema, que revelou a impressionante evolução dos efeitos especiais.

Mas Gerard Butler inicialmente não achava que seria um sucesso.

Ao The Hollywood Reporter (THR), o ator recordou afetuosamente o primeiro encontro com Zack Snyder no Starbucks para conversar sobre o projeto como o de duas "forças da natureza" que se tornaram um "furacão".

Seguiu-se toda a preparação física, promovida até à exaustão antes do filme chegar aos cinemas com vídeos de bastidores sobre os segredos para Butler, Michael Fassbender e os outros atores terem a boa forma dos homens de Esparta, 480 a.C., ou pelo menos a que Hollywood imaginou.

"Foi a melhor forma em que alguma vez estive na minha vida", confirmou Butler, que treinou seis horas por dia naquela fase, entre CrossFit, "bodybuilding" e a preparação da coreografia das lutas, para ser o Rei Leonidas.

"De certa forma, estava a dar cabo do meu corpo, mas estava com um aspeto incrível ao fazê-lo", acrescentou.

Mas praticamente todo o filme foi feito em estúdio com recurso a ecrãs azuis e verdes que depois seriam transformados pela magia dos efeitos especiais, o que contribuiu para a falta de confiança do ator no que estava a fazer.

Rodagem de "300"

"Havia alturas em que se andava por ali com a capa vermelha e as cuecas pequenas de couro e alguém apontava para o vazio e dizia nada 'Olha! Uma aldeia em chamas!'. E recordo-me de dizer, 'Meu Deus. Este filme vai ser uma m****'.", recordou.

Faltavam os efeitos visuais e só meses mais tarde, numa sala de cinema, é que Gerard Butler mudou de opinião.

"Quando vi pela primeira vez o produto final, estava com 13 dos meus representantes e amigos, e estávamos de queixo caído. Foi algo do género 'Vejam só o que o Zack fez!'. Não posso dizer o suficiente sobre ele. Como realizador, como criativo, como um tipo gentil, entusiasmado e apaixonante", elogiou.