O que se viu no ecrã era uma adorável comédia romântica sobre Alex "Hitch" Hitchens, um lendário e propositadamente anónimo "médico da conquista amorosa" que ajuda cada cliente a conquistar a mulher dos seus sonhos, ao mesmo tempo que descobre que os seus métodos não funcionam numa popular jornalista de mexericos que o quer desmascarar.

No entanto, os bastidores de "Hitch - A Cura para o Homem Comum" foram de confronto com protagonista Will Smith, revelou o realizador numa nova entrevista que assinala os 20 anos do popular filme de 2005 ainda com Eva Mendes, Kevin James e Amber Valletta.

"Não queria piadas rascas, mas ele não confiava em mim.”, resumia Andy Tennant ao Business Insider (acesso pago, via Variety).

E aprofundou sobre o relacionamento com a sua estrela: "Tivemos as nossas dificuldades. O filme que queria fazer e o filme que o Will queria fazer, nenhum desses filmes é tão bom como o filme que fizemos juntos. Foi uma batalha. [A esposa] Jada [Pinkett Smith] foi uma grande ajuda. De certa forma apoiou alguns dos meus instintos. Houve um momento durante a preparação em que estava a resistir a imensas coisas malucas que estavam a acontecer.”

O realizador recorda como, sabendo a certa altura que os responsáveis do estúdio estavam prontos para o despedir ainda antes da rodagem, chegou a dizer-lhes que tinha menos medo disso do que da mais recente versão do argumento que o ator apresentara com “ideias malucas para histórias”.

“Havia muito medo de fazer uma comédia romântica grande e cara com o Will. Estava cheia de perigos. O Will tentou desistir três dias antes de começarmos a filmar. Queria fechar e trabalhar um pouco mais naquilo. Foi uma loucura.”, revelou.

O filme foi o décimo filme mais rentável nas bilheteiras e apesar da relação conflituosa, Tennant, conhecido por filmes como "Para Sempre Cinderela" (1998), "A Diva da Moda" (2002) e "O Tesouro Encalhado" (2008), chegou a apresentar uma proposta para uma sequela que nunca avançou.

Até agora.

“Acabei de descobrir isso há três meses. Tinha uma ideia realmente muito boa e estava a conversar com um executivo da Sony que me disse que a produtora do Will estava a preparar uma sequela. Pronto, Hollywood é assim", disse.

E concluiu: “Não tenho nada contra o Will. Contratou-me para fazer este filme. Não foi um trabalho fácil para ninguém, mas demos a volta ao mundo com o filme. Mesmo nos momentos difíceis, ele dizia sempre: ‘Espera até ao junket [de promoção]. Vamos dar a volta ao mundo com isto’ – e demos e foi ótimo. Foi a viagem mais incrível que já fiz. E quando acabou, o meu tempo com o Will acabou. Foi isso. E desde então nunca mais falou comigo".