O filme “Revolução (Sem) Sangue”, de Rui Pedro Sousa, é o candidato português à categoria de Melhor Filme Iberoamericano dos prémios colombianos Macondo, anunciou hoje a Academia Portuguesa de Cinema (APC).

Como recordou a APC, em comunicado, os prémios Macondo são promovidos pela Academia Colombiana de Artes e Ciências Cinematográficas e vão ter lugar no dia 3 de novembro, na cidade de Bucaramanga.

O filme, que se estreou nos cinemas portugueses em abril, cruza as histórias de quem morreu nos acontecimentos de 25 de Abril de 1974, no âmbito do ataque da PIDE a manifestantes.

As pessoas retratadas são Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto, que tinham entre 18 e 38 anos e que morreram alvejados pela PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, sede daquela polícia política do Estado Novo.

A eles junta-se ainda António Lage, funcionário da PIDE/DGS, que foi baleado por um militar.

“O nosso filme mostra como a nossa revolução foi importantíssima e determinante, mas também conta aquela parte de - caramba! - mesmo assim houve cinco jovens que tinham muitos sonhos programados que viram esses sonhos terminados”, disse o realizador Rui Pedro Sousa à agência Lusa, em outubro passado, durante a rodagem.

Segundo a produtora Filmesdamente, o filme está ancorado na recolha de informações dadas por familiares, por intervenientes do 25 de Abril de 1974, pelos historiadores António Araújo e Irene Pimentel e pelos jornalistas Fábio Monteiro e Jacinto Godinho.

Segundo Rui Pedro Sousa, o arco temporal da narrativa é entre 23 e 30 de abril de 1974, mas o ponto central é o tiroteio no dia da revolução.

O filme, que é a primeira longa-metragem de Rui Pedro Sousa, é protagonizado por Rafael Paes, Lucas Dutra, Helena Caldeira, Diogo Fernandes e Manuel Nabais, contando com outros intérpretes.