A estreia teve a presença da protagonista, do produtor Tino Navarro, do cônsul-geral de Portugal em São Francisco, Pedro Pinto, e da atriz e realizadora Daniela Ruah, entre outros convidados.
Uma das ideias é "tornar o filme conhecido, tornar as pessoas que o fizeram mais conhecidas”, disse à agência Lusa o produtor Tino Navarro, na estreia em Los Angeles. “Se avançar alguma coisa, tanto melhor e valeu a pena”.
O produtor frisou que a equipa “não tem ilusões” e sabe que Hollywood é um mercado difícil e completamente diferente de Portugal, onde “A Fada do Lar” foi o quarto filme português mais visto no ano passado, de acordo com as estatísticas publicadas pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).
Mas a expectativa é de que as mensagens da história e o desempenho de Joana Metrass atraiam um público diversificado, de várias idades e características. “Acho que o trabalho da Joana merecia algum reconhecimento”.
Na estreia, com a sala quase cheia, foi visível a emoção da audiência intercalada por gargalhadas estridentes.
“Acho que tocou as pessoas. O filme fala de pessoas e de emoções, o que é transversal”, frisou Tino Navarro. “É difícil as pessoas não se emocionarem com o filme”.
Foi isso mesmo que viu Joana Metrass, que falou à Lusa da sua personagem Vera e da importância de trazer um filme português para exibição em Los Angeles.
“Estavam imensas pessoas a chorar”, referiu. “No mercado português muitas vezes temos o cinema de autor ou o cinema comercial. Criar este meio termo que traz as pessoas ao cinema, enche as salas, é entretenimento mas também tem o lado social e da preocupação da mensagem é super importante”, continuou. “Isso também funciona bem aqui nos Estados Unidos”.
O Laemmle Royal, parte de uma cadeia histórica de cinemas, aberta em Los Angeles em 1938, vai exibir o filme com legendas em inglês em três sessões diárias. O título para o mercado norte-americano é “The Home Fairy”.
Joana Metrass falou de um processo de trabalho “profundo e de entrega” que ilustra situações “infelizmente universais” na sociedade, a de mães solteiras como a Vera, com vidas muito difíceis, e a maneira como as pessoas mais velhas são tratadas.
Ao mesmo tempo, disse, é relevante “trazer um bocadinho da nossa cultura, a nossa Revolução, e partilhar um pouco a nossa história” com a audiência norte-americana.
E também a língua portuguesa e a “nossa maneira de ser”, frisou Tino Navarro, “que é diferente, apesar de tudo”.
O produtor disse que o ponto de partida da história é o tratamento das pessoas idosas, que são “despejadas” nos lares.
“É importante chamar a atenção para isso e ao mesmo tempo ter uma luz ao fundo do túnel, podemos ser melhores uns para os outros”, afirmou.
A atriz Daniela Ruah, que esteve presente na estreia, elogiou o trabalho e o desfecho positivo da história, sublinhando com agrado a inclusão de artistas como Sérgio Godinho no elenco.
O filme centra-se em Vera, mãe solteira, forçada a ter dois empregos para sobreviver, criar dois filhos e pagar as dívidas do ex-marido. Assim, trabalha na caixa de um supermercado durante o dia, e é 'stripper' num clube, à noite. Quando reage com violência ao assédio de um cliente, é condenada a prestar serviços comunitários num lar. "A sua irreverência e juventude chocam com o autoritarismo e a desumanidade" do responsável pela instituição. E Vera revela-se uma "verdadeira fada do lar", numa "lufada de ar fresco que mudará as vidas" dos que aí se encontram a viver, lê-se na página do cinema californiano.
“A Fada do Lar” está em exibição no Laemmle Royal, na Santa Mónica Boulevard, Los Angeles.
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