"A Batalha do Lago Changjin" (em tradução literal), um filme chinês sobre a guerra da Coreia (1950-1953), bateu todos os recordes de bilheteira no país... e provocou a detenção de um jornalista crítico.

A longa-metragem, que estreou no feriado nacional de 1 de outubro, destronou como o maior sucesso "Wolf Warrior 2", outra produção patriótica, de 2017.

De acordo com a plataforma de venda de bilhetess Maoyan, o filme de propaganda arrecadou até ao momento 5,6 bilhões de yuanes (875 milhões de dólares).

A produção aborda um episódio da guerra da Coreia no qual as tropas comunistas chinesas repeliram os adversários americanos num campo de batalha com temperatura negativa na Coreia do Norte.

Num novo período de tensão entre China e Estados Unidos, o regime do presidente Xi Jinping usa o cinema como instrumento de propaganda para promover obras de conteúdo patriótico.

Além disso, uma lei de 2018 pune com prisão as ofensas aos heróis revolucionários.

Foi com base nesta legislação que um jornalista foi detido após a estreia do filme por perguntar nas redes sociais sobre os fundamentos da intervenção chinesa na ajuda à Coreia do Norte, que causou 200 mil mortes, segundo o balanço oficial de Pequim.

"Mais de meio século depois, os chineses ainda não começaram a refletir sobre a justificação da guerra", escreveu Luo Changping, antigo chefe de redação da revista Caijing, famosa por denunciar casos de corrupção.

O jornalista foi detido por "ofensas à reputação e à honra de heróis e mártires", afirmou a polícia da província de Hainan.

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