O filme "Patrick", primeira longa-metragem realizada pelo também ator e encenador Gonçalo Waddington, foi selecionado para competir no Festival de Cinema de San Sebastián, que decorrerá de 20 a 28 de setembro, em Espanha, anunciou hoje a organização.
O filme, uma coprodução entre Portugal e Alemanha descrita pelo festival como “a obra prima de um reconhecido ator português”, foi escolhido para a competição pela Concha de Ouro para melhor filme da seleção oficial.
Escrito por Gonçalo Waddington e João Leitão, “Patrick” – em estreia mundial em San Sebastián - conta a história de Mário, um menino de oito anos raptado no interior de Portugal na primavera de 1999, que reaparece 12 anos depois numa prisão em Paris com o nome de Patrick.
Quem é este rapaz e onde passou os últimos 12 anos da sua vida são as perguntas às quais vai responder este filme, o primeiro realizado por Gonçalo Waddington, que tem trabalhado como ator de cinema, teatro e televisão.
Mário/Patrick é interpretado por Hugo Fernandes, jovem ator franco-português, e do elenco fazem parte também Alba Baptista, Teresa Sobral, Carla Maciel, João Pedro Bénard, Adriano Carvalho, entre outros, segundo um comunicado da produtora O Som e a Fúria.
"Patrick", com um orçamento de dois milhões de euros, é uma produção da O Som e a Fúria.
A direção de fotografia é de Vasco Viana, o som de Olivier Blanc, música original de Bruno Pernadas, direção de arte de Nadia Henriques, os figurinos são de Peri de Bragança, a assistência à realização é de Emídio Miguel, e a montagem de Pedro Filipe Marques.
Esta coprodução teve o apoio financeiro, entre outros, do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Fundo de Turismo e Cinema do Eurimages, Canal ZDF/Arte, do Programa Europa Criativa da União Europeia, e a participação da RTP.
O filme foi um dos trinta projetos cinematográficos europeus - o único português - selecionados para receber financiamento este ano do fundo europeu Eurimages, com cerca de 330 mil euros de um total de 6,4 milhões de euros.
Gonçalo Waddington está ligado à representação e às artes de palco sobretudo como ator de cinema, teatro e televisão, mas também como encenador e argumentista.
Entrou em filmes como "As mil e uma noites", "Capitão Falcão", "Ivone Kane" e "Coisa Ruim". Cocriou e interpretou a série televisiva "Odisseia", participou na série "Até amanhã camaradas", escreveu e encenou a peça "Albertine, o Continente Celeste".
Estreou-se na realização em 2010 com a curta-metragem "Nenhum nome", à qual se seguiu "Imaculado" (2013).
O Festival Internacional de San Sebástian anunciou hoje também a presença em competição do filme "Pacificado", de Paxton Winters (Brasil), com produção de Darren Aronofksy, que conta a história de uma jovem adolescente que tenta relacionar-se com o pai saído da prisão, durante os turbulentos tempos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
No total, vão concorrer pela Concha de Ouro 17 longas-metragens, como “Mientras dure la guerra”, de Alejandro Amenábar, “Zeroville”, de James Franco (vencedor do festival em 2017 por "The Disaster Artist"), “Thalasso”, de Guillaume Nicloux, que coloca de novo o escritor Michel Houellebecq perante as câmaras, para além de “Blackbird”, de Roger Michell, que fará a abertura da competição oficial.
Já antes, no âmbito da competição de cinema estudantil, tinha sido anunciada a seleção do português Tomás Paula Marques para o festival basco com a curta-metragem “Em Caso de Fogo”.
Este ano, o festival de cinema de San Sebastián vai homenagear o realizador Costa-Gavras, que também será distinguido em Veneza.
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