«Liberdade», de
Gabriel Abrantes e Benjamin Crotty, vai ser exibido na secção «Pardi di Domani». O realizador português foi premiado com o Leopardo de Ouro no festival de Locarno de 2010, com
«A History of Mutual Respect», em co-autoria com
Daniel Schmit.


«Alvorada Vermelha»
, de
João Pedro Rodrigues e
João Rui Guerra da Mata, que venceu este ano o prémio de melhor curta-metragem nacional no IndieLisboa, vai passar na mesma secção.

«É na terra não é na lua», de
Gonçalo Tocha, integra a secção «Concorso Cineasti del Presente», dedicada à descoberta do «novo jovem cinema».

Gabriel Abrantes e Benjamin Crotty conheceram-se na escola francesa Le Fresnoy e realizaram a curta-metragem «Liberdade», que esteve em competição no IndieLisboa 2011.

É a «história de amor entre uma rapariga chinesa e um rapaz angolano», disse, na altura à agência Lusa, o realizador português, que se esforçou por «reprimir um pouco o lado burlesco» dos seus outros filmes, «com uma produção mais caseira».

«Liberdade» pretende ser «uma metáfora para o grande fluxo de população de chineses em África, especificamente em Angola» e para «uma parceria que não envolve o Ocidente», explicou Gabriel Abrantes.

João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata passaram meses em Macau a filmar uma longa-metragem, que estará pronta no final do ano. Pelo meio, impressionaram-se com o Mercado Vermelho e dedicaram-lhe uma curta-metragem, «Alvorada Vermelha».

«Nós, às tantas, ficámos um bocado fascinados. É um mercado, mas um mercado que funciona de uma maneira um bocadinho diferente dos mercados ocidentais. E então voltámos e voltámos e filmámos imenso lá», disse à Lusa João Pedro Rodrigues, quando da estreia do filme, no IndieLisboa 2011.

Entrevistado pela agência Lusa a 10 de maio, no mesmo festival de cinema lisboeta, Gonçalo Tocha confessava que ainda estava «a jogar boxe com o material» recolhido na ilha do Corvo.

Há quatro anos a trabalhar em «É na terra não é na lua», o realizador – cujo filme
«Balaou» foi premiado no IndieLisboa 2007 – disse que a única forma que encontrou de trabalhar o material foi fazer «uma espécie de diário», algo «em construção».

Além do produtor português
Paulo Branco, que em 2002 venceu o prémio Raimondo Rezzonico em Locarno, fazem também parte do júri o ator e realizador francês
Louis Garrel, a atriz alemã
Sandra Hüller, a realizadora suíça
Bettina Oberli e a atriz italiana
Jasmine Trinca.

O festival de cinema de Locarno começa hoje com a exibição de
«Super 8», de J.J. Abrams, que já está nos cinemas em Portugal, a que se seguirá a apresentação dos júris.

Entre as figuras do cinema presentes em Locarno estão
Claudia Cardinale,
Daniel Craig,
Gérard Depardieu,
Abel Ferrara,
Harrison Ford e
Isabelle Huppert, entre outros.

Da programação deste ano destacam-se ainda uma retrospetiva dedicada a
Vincente Minnelli – estará em Locarno a atriz francesa
Leslie Caron, do elenco de
«Um Americano em Paris» (1951) e
«Gigi» (1958) – e a atribuição do Leopardo de honra, de carreira, ao realizador norte-americano Abel Ferrara.

@Lusa