O cineasta canadiano David Cronenberg (com "Crimes of the future", que conta com o luso-guineense Welket Bungué, ao lado de Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart), o norte-americano James Gray, os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne e o russo Kirill Serebrennikov, atualmente a viver em Berlim, são alguns dos cineastas que disputarão a Palma de Ouro no 75.º Festival de Cannes.

A programação de 49 filmes de várias secções foi revelada esta quinta-feira numa sala de cinema em Paris pelo delegado-geral do certame, Thiérry Fremaux, com o presidente Pierre Lescure, que passará o testemunho em julho à executiva alemã Iris Knobloch, eleita em março, a primeira mulher a consegui-lo na história do festival de cinema mais importante do mundo.

Surpreendentemente, a dupla nada disse sobre quem presidirá ao júri da Palma.

Um total de 18 filmes participam na seleção oficial do festival, que decorrerá de 17 a 28 de maio. Como é habitual, a lista não está fechada, mas não há títulos portugueses nesta lista nem na importante secção "Um Certain Regard".

Por agora, o alinhamento da competição pela Palma inclui ainda os novos filmes dos realizadores Claire Denis, Arnaud Desplechin, Hirokazu Kore-eda, Kelly Reichardt, Park Chan-wook, Cristian Mungiu, Jerzy Skolimowski, Valeria Bruni Tedeschi, Ali Abbasi, Lukas Dhont, Ruben Ostlund, Mario Martone, Tarik Saleh e Saeed Roustaee.

Na secção "Un Certain Regard" estarão 15 filmes, entre os quais oito primeiras obras, como "Les Pires", de Lise Akoka e Romane Gueret, e "Metronom", de Alexandru Belc, aos quais se juntam "Domingo y la niebla", segundo filme de Ariel Escalante Meza, e um filme, ainda sem título, de Gina Gammell e Riley Keough, neta de Elvis Presley.

Mais de dois mil filmes foram submetidos à seleção oficial para um concurso que, aos poucos, volta à normalidade, após dois anos de pandemia.

Além das presenças já anunciadas de Tom Cruise para uma homenagem e apresentar "Top Gun: Maverick", e do aguardado filme biográfico "Elvis", de Baz Luhrmann, serão apresentados fora de competição "Z (Comme Z)", de Michel Hazanavicius, que será o filme de abertura; "Novembre", de Cédric Jimenez; "Three Thousand Years Of Longing", de George Miller; e "Mascarade", de Nicolas Bedos.

As secções especiais incluem "The natural history of destruction", nova obra do ucraniano Sergei Loznitsa que aborda a história recente da Europa no século XX, em particular no pós-Segunda Guerra Mundial; e "Jerry Lee Lewis: Trouble in Mind", documentário do norte-americano Ethan Coen sobre um dos pioneiros do rock n'roll, atualmente com 85 anos.

O festival vai apagar oficialmente as suas 75 velas com um ato especial no dia 24 de maio.

"Não se trata necessariamente de celebrar seu passado (...), mas de celebrar igualmente o presente e o futuro", disse Fremaux.

"75 edições do Festival de Cinema de Cannes é um grande passo. Este aniversário acontecerá em circunstâncias especiais: a pandemia, a guerra na Ucrânia, um mundo que mudou e mudará novamente", sublinhara Thiérry Fremaux numa entrevista à revista Variety.

"A seleção oficial vai refletir o que nunca vai mudar: a arte do cinema", salientou.