O Festival Curtas de Vila do Conde dá hoje início à sua 29.ª edição, num formato misto entre o presencial e o online, com a abertura a cargo do filme “Mandíbula”, do francês Quentin Dupieux.

O Teatro Municipal de Vila do Conde recebe a abertura oficial do festival às 20h30, seguindo-se, às 22h00, uma oportunidade para ver em sala de cinema “Mulholland Drive”, de David Lynch, no âmbito do programa “Cinema Revisitado”.

Para além das sessões presenciais, o festival “também promoverá um conjunto de iniciativas em formato online, alargando assim a sua área de ação, permitindo que o encontro entre o público e os cineastas possa também acontecer em ambiente virtual, de forma segura e próxima”.

Até 25 de julho, esta edição do festival vai destacar o trabalho de quatro realizadores: a dupla iraniana Ali Asgari e Farnoosh Samadi, a grega Jacqueline Lentzou e o português Jorge Jácome.

Os trabalhos destes quatro realizadores estarão integrados nas secções não competitivas do festival e, de acordo com os responsáveis do certame, "abrem uma porta de entrada para o pensamento contemporâneo de uma nova geração de cineastas que, a par da relevância estética, levantam novas leituras para problemáticas políticas dos nossos dias".

Também o cinema "intenso, poético, vibrante" da realizadora irlandesa Lynne Ramsay estará em retrospetiva no Curtas.

Dela serão mostradas as primeiras 'curtas' de carreira, nomeadamente "Small Deaths" (1996), premiada em Cannes, e "Kill the day" (2000), distinguida em Clermont-Ferrand, e também as 'longas', como "O Romance de Morven Callar" (2002) e "Temos de falar sobre Kevin" (2011).

As competições internacional e experimental do Curtas de Vila do Conde contarão com 51 filmes de 24 países, entre documentário, ficção e animação.

A organização destaca a seleção de filmes de Ana Elena Tejera, Virpi Suutari, Georges Schwizgebel, Bárbara Wagner e Benjamin de Burca e Guy Maddin, e aponta outras estreias nacionais, nomeadamente "Quattro Strade", filme-diário de Alice Rohrwacher, sobre o primeiro confinamento geral em Itália, em 2020.

Em Vila do Conde será também mostrado "Night for Day", de Emily Wardill, a partir de entrevistas à médica Isabel do Carmo, "revolucionária da resistência contra o regime fascista em Portugal", e outros seis filmes portugueses, de Sandro Aguilar, Lúcia Prancha, Pedro Maia, Margarida Albino, Kate Saragaço-Gomes e Helena Gouveia Monteiro.

Na competição nacional, destaque para os trabalhos de Ana Moreira (“Cassandra Bitter Tongue”), Ico Costa (“Timkat”), Leonor Noivo (“Madrugada”), Eduardo Brito (“Lethes”) e Paulo Patrício (“O teu nome é”), que regressam ao certame, mas também de autores como Paolo Marinou-Blanco (“Nada nas mãos”) e Filipe Melo (“O Lobo Solitário”).

A competição nacional é completada com os filmes de Inês Melo (“A Casa do Norte”), Francisco Moura Relvas (“Armazónia”), António-Pedro (“Carta Branca”), Rosa Vale Cardoso (“Se o que oiço é silêncio”), Ana Mariz (“Matilde olha para trás”), Rodrigo Braz Teixeira (“Miraflores”), José Magro (“Nha Sunhu”), Bruno Lourenço (“Oso”), Mónica Martins Nunes (“Sortes”) e Mário Macedo (“Terceiro Turno”).

Em estreia nacional em Vila do Conde estará “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, na véspera do fim do festival.