Amigo do cineasta, o fundador do jornal Público destacou ainda a faceta de contador de histórias de
Fernando Lopes: «Era um belíssimo contador de histórias, talvez até essa fosse a sua arte suprema», disse. «Além de realizador, Fernando Lopes era também um grande montador», salientou à Lusa Vicente Jorge Silva, lembrando a faceta de editor de imagem e de som do cineasta.
Entre as obras de Fernando Lopes,
Vicente Jorge Silva, que também dirigiu a longa-metragem «Porto Santo» e os documentários «Vicente fotógrafo» e «Bicicleta - ou o tempo que a terra esqueceu», destacou a «ousadia» da longa-metragem «Uma Abelha na Chuva» e do documentário
«Belarmino». Sobre o caráter deste filme, centrado no pugilista Belarmino Fragoso, Vicente Jorge Silva disse que foi «um mergulho num território completamente estranho ao cinema português».
O jornalista destacou ainda a primeira curta-metragem do realizador, «As Pedras e o Tempo», de 1961, filmada em Évora. Para o fundador do jornal Público, «o mais completo filme de Fernando Lopes é
«O Delfim» [baseado no romance homónimo de José Cardoso Pires], além de ser a melhor adaptação de uma obra literária ao cinema em Portugal».
O corpo de Fernando Lopes será velado a partir de quinta-feira à tarde, no Palácio das Galveias, em Lisboa, disse à Lusa fonte da Associação Portuguesa de realizadores, que adiantou que, na sexta-feira, decorrerá a cerimónia de cremação.
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