O estúdio responsável por "Top Gun: Maverick" foi processado pelos herdeiros do autor que escreveu o artigo que inspirou o primeiro filme, que querem uma indemnização por danos num valor não é especificado, mas que será claramente grande dado o sucesso nas bilheteiras.

Num estranho timing, querem ainda uma providência cautelar que interrompa a exibição e distribuição do filme lançado nos cinemas perto do final de maio e que já arrecadou mais que 550 milhões de dólares nas bilheteiras, bem como de quaisquer outros sequelas.

A ação judicial que chegou ao tribunal federal da Califórnia na segunda-feira alega que a Paramount Pictures sabia que não tinha os direitos para fazer a sequela nem os readquiriu, seguindo em frente com a produção e distribuição.

Foi um artigo de maio de 1983 da revista California intitulado "Top Guns" que inspirou o filme original de 1986, com o seu autor, o israelita Ehud Yonay, a ter o seu nome nos créditos.

Uma cláusula na lei de direitos de autor permite que os autores ou os seus herdeiros reivindiquem os direitos das suas obras após um período de tempo, normalmente 35 anos.

A viúva e o filho de Ehud Yonay, que vivem em Israel, querem impedir que a Paramount possa continuar a rentabilizar "Top Gun: Maverick", alegando que recuperaram os direitos do artigo a 24 de janeiro de 2020 e enviaram ao estúdio um aviso de rescisão, que este ignorou "deliberadamente".

Os Yonays alegam que tanto a sequela como o primeiro filme derivam da história do artigo.

Pelo meio, existem uma divergência em relação às datas: a estreia de "Top Gun: Maverick" foi adiada várias vezes por causa da pandemia, mas a rodagem decorreu entre o fim de maio de 2018 e abril de 2019. No processo, os Yonay alegam que o filme não estava concluído antes de 8 de maio de 2021, mas a Paramount garante que estava "suficientemente concluído" antes de janeiro de 2020.

Entre os representantes legais dos Yonay está Marc Toberoff, que processou a 20th Century Studios (Disney) para recuperar os direitos do argumento de "Predador" para os seus autores, um caso que foi resolvido fora dos tribunais. Também está a representar herdeiros dos autores de bandas desenhadas da Marvel que querem recuperar os direitos de várias personagens.

Num declaração à imprensa norte-americana, o estúdio diz que as alegações "não têm mérito" e promete uma defesa forte em tribunal.