Três dias após Will Smith dar uma bofetada a Chris Rock em plena cerimónia dos Óscares, o estúdio Warner Bros debatia o que fazer com outra estrela com quem tem fortes ligações.

A 30 de março, os executivos da Warner Bros. e da DC Films fizeram uma reunião improvisada de emergência para discutir o futuro de Ezra Miller com o estúdio, após este ter sido detido e acusado de distúrbios e assédio após um incidente num bar de karaoke em Honolulu (Havai).

Com o seu comportamento fora dos ecrãs a tornar-se mais errático e divulgado nos últimos anos, a carreira está em risco em filmes de grande orçamento, que envolvem grandes campanhas de promoção.

Segundo uma fonte bem informada da revista Rolling Stone, o consenso no estúdio foi fazer uma pausa em todos os projetos que envolvam o ator, incluindo eventuais participações em filmes dos super-heróis da DC Comics.

Com 29 anos, Ezra Miller está em ascensão em Hollywood depois de causar sensação em produções independentes como "Depois das Aulas" (2008), "Temos de Falar Sobre Kevin" (2011) e "As Vantagens de Ser Invisível" (2012), estreando-se como Barry Allen / The Flash em "Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça" (2016).

Segundo a revista, reações iniciais às primeiros imagens de "The Flash" apontavam para que entrasse no grupo restrito de atores a quem podia ser confiado o protagonismo de uma grande produção comercial.

O estúdio não tem ainda de tomar decisões pois "Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" não precisa da sua presença durante a campanha de promoção e "The Flash" só chegará aos cinemas a 23 de junho de 2023.

No entanto, o filme de super-heróis, realizado por Andrés Muschietti, é descrito como "uma produção repleta de drama": uma fonte da Rolling Stone diz que Ezra Miller teve “colapsos frequentes” e embora enfatize que "não houve gritos ou explosões violentas", destaca o comportamento instável ("O Ezra colocava um pensamento na sua cabeça e dizia: ‘Não sei o que estou a fazer'”).

De acordo com o relatório oficial da polícia que resultou da sua detenção no fim de março, no incidente no Havai, Miller terá dito palavrões e ficado agitado quando as pessoas começaram a cantar durante uma sessão de karaoke.

O proprietário do bar terá dito para se acalmar, mas ele tentou tirar o microfone de uma mulher de 23 anos e mais tarde atacou um homem de 32 anos que estava a jogar dardos.

Mas um casal também colocou uma ação contra o ator a 29 de março, alegando que após a prisão de Miller, este invadiu o seu quarto e os ameaçou, além de roubar o passaporte da mulher e a carteira do homem.

Mas estes são apenas os escândalos mais recentes: em 2020, o ator esteve envolvido num incidente após aparecerem imagens online que parecem mostrá-lo a sufocar uma mulher num bar na Islândia.

Descrita como uma "alteração séria", na altura acabou por ser colocado fora do estabelecimento pela segurança.

Na altura, constou que que as imagens da Islândia preocuparam o estúdio, mas o ator não foi expulso de "Os Segredos de Dumbledore", ao contrário do que aconteceu com o colega de elenco Johnny Depp após perder o seu caso de difamação contra um tabloide britânico que o acusava de ser um marido violento.