«Efeitos Secundários» é protagonizado por Maria João Luís, Rita Martins, Nuno Lopes e Nuno Gil, que interpretam personagens solitárias numa história que se inspira no filme «Tudo o que o céu Permite» (1955), de Douglas Sirk, explicou o realizador à agência Lusa.

O filme português é um drama contemporâneo, passado no ambiente urbano da Costa de Caparica - de onde o realizador é natural - e protagonizado por uma jovem que esconde ter o vírus VIH/Sida (Rita Martins), por uma cabeleireira viúva (Maria João Luís), por um pescador (Nuno Lopes) e por um surfista (Nuno Gil).

«São histórias de pessoas com vidas solitárias, sobre uma rapariga que tem o vírus da Sida e que está fora daquele mundo, suburbano, e que chega e provoca o caos», disse o realizador.

Para Paulo Rebelo, «Efeitos Secundários» não é um filme sobre o vírus VIH/Sida, seria redutor referir apenas isso: «Este assunto ou não existe de tudo no cinema ou quando existe é só sobre isso. Neste caso é apenas mais uma personagem».

Daí que o título do filme tenha um significado para lá dos efeitos secundários da medicação que a personagem toma por causa do vírus. «Todas as nossas ações têm consequências, efeitos secundários», disse.

«Efeitos Secundários» está pronto desde 2009, mas só agora tem estreia assegurada e fora do circuito comercial, com exibição no Teatro do Bairro, por não ter sido encontrada uma distribuidora. «Ninguém está interessado em exibir filmes portugueses. Procurámos distribuidora, mas a coisa foi-se arrastando, decidimos distribui-lo diretamente. É muito ingrato para quem faz cinema», lamentou Paulo Rebelo.

A longa-metragem estará em exibição até ao final do ano no Teatro do Bairro, em Lisboa, entre os dias 14 e 17, de 21 a 23 e de 28 a 30 de dezembro, seguindo depois por um circuito de salas alternativas.

O filme assinala a estreia na realização de Paulo Rebelo, de 41 anos, com formação em montagem e que trabalhou por exemplo, como argumentista e montador, com João Pedro Rodrigues (em «Odete» e «Fantasma»).

«Efeitos Secundários», produzido pela C.R.I.M, conta com banda sonora do grupo português Tornados e teve apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

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