O documentário, que valera ao realizador uma menção honrosa no Festival de Locarno 2011, na Suíça e concorria com mais 12 filmes, recebeu o Grande Prémio Cidade de Lisboa para melhor longa ou média-metragem, no valor de 10 mil euros, numa sessão que decorreu na Culturgest, em Lisboa.
Rodado durante quatro anos na ilha do Corvo,
«É na Terra e não na Lua», de 180 minutos, «é uma espécie de arquivo contemporâneo em movimento» de «uma microcomunidade, fechada em si própria», nas palavras de Gonçalo Tocha.
O Prémio DocLisboa para melhor curta-metragem, no valor de 2.500 euros, foi para
«Com la Licencia de Diós» (Suíça, 2010), de Simona Canonica, que apresentou ao público português Griselda, uma mulher, mãe de família, que vive numa espécie de tempo suspenso numa aldeia isolada do deserto mexicano, à espera do marido, que emigrou para os Estados Unidos.
O Prémio Especial do Júri foi este ano atribuído ao filme
«Territoire Perdu» (Bélgica, França, 2011), de Pierre-Yves Vandeweerd, que recorreu a histórias de fuga, exílio, espera interminável, prisões e perseguições para mostrar o povo Saaraui e a sua terra, o Saara Ocidental, atualmente dividido em duas parcelas, uma ocupada por Marrocos e a outra sob controlo da Frente Polisário, do Movimento para a Libertação Nacional Saaraui.
No valor de 3.000 euros, o Prémio Revelação DocLisboa, para a melhor primeira longa ou média metragem transversal à competição internacional, investigações e riscos, distinguiu
«Ami, Entends-tu» (2010), da francesa Nathalie Nambot, descrito no programa do festival como «um canto de resistência» que nos guia, através das palavras dos poetas Ossip e Nadejda Mandelstam e Anna Akhmatova, bem como das «Cassandras atuais» do mar gelado de Kronstadt até Moscovo, «da periferia calma ao cerne da cidade».
«De Engel Van Doel»/«Um Anjo em Doel» (Holanda, Bélgica, 2011), de Tom Fassaert, venceu o Prémio Universidades, no valor de 1.000 euros, atribuído pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias à melhor longa ou média metragem da competição internacional.
O documentário apresenta-nos a velha Emilienne, que resiste em Doel, uma aldeia próxima do porto de Antuérpia que há décadas se atravessa no caminho das pretensões expansionistas megalómanas da cidade portuária e que está lentamente a morrer: os amigos de Emilienne já se foram embora, o padre da aldeia morreu e a demolição já começou.
Na categoria Investigações, o Prémio RTP2 para melhor documentário de investigação – no valor de 4.000 euros e que inclui a compra dos direitos televisivos do filme vencedor para Portugal – foi entregue a
«Diário de uma Busca», uma co-produção franco-brasileira de 2010 da autoria de Flávia Castro, que arrecadou igualmente o Prémio CPLP, para a melhor longa ou média metragem dos Países de Língua Portuguesa, no valor de 2.500 euros.
Flávia Castro segue a filha de Celso Castro – um ativista de extrema-esquerda que em 1984 assaltou o ex-cônsul do Paraguai no apartamento deste e se suicidou em seguida – que 25 anos depois da morte do pai tenta entender o que o conduziu àquele fim.
O júri do prémio Investigações decidiu ainda atribuir uma menção honrosa ao filme
«Rechokim/The Collaborator and His Family» (2011), uma co-produção de Israel, Estados Unidos e França, da autoria de Ruthie Shatz e Adi Barash.
Na competição portuguesa, o Prémio DocLisboa para melhor longa ou média metragem, no valor de 5.000 euros, foi para
«Yama No Anata» (Portugal, 2011), de Aya Koretzky, que recebeu também o Prémio Escolas, atribuído pela Restart à melhor longa ou média metragem da competição portuguesa e que consiste em 1.500 euros em serviços técnicos.
O Prémio Caixa Geral de Depósitos para melhor primeira obra, dotado de 3.000 euros, distinguiu
«A Nossa Forma de Vida», de Pedro Filipe Marques, ao passo que o Prémio DocLisboa e ISCTE-IUL para melhor curta-metragem, no valor de 2.500 euros, foi atribuído ao documentário
«Praxis», de Bruno Cabral.
Todos os filmes premiados serão exibidos no domingo, a partir das 17:00, em sessões que decorrem no grande e no pequeno auditórios da Culturgest.
@Lusa
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