Tom Cruise está no centro das atenções mais uma vez graças ao tremendo sucesso de bilheteira de "Top Gun: Maverick", o maior e o primeiro "milhões de dólares" da sua carreira.

A pretexto do aniversário dos 60 anos festejados no domingo e da sua visita surpresa a Barcelona para participar na CineEurope, a maior convenção da Europa para a indústria de exibidores [proprietários dos cinemas], o jornal espanhol El Mundo falou com várias pessoas para desvendar a grande e complexa rede que existe por detrás da estrela.

Na segunda-feira, 20 de junho, Cruise ainda estava em Seul, capital da Coreia do Sul, para a conferência de imprensa de "Top Gun", mas na quarta-feira de manhã já aparecia em Barcelona: tudo possível porque se desloca sempre em avião privado (Bombardier Global 8000, Gulfstream G550 ou Bombardier Global 7500) com capacidade para 20 pessoas e de longo alcance, que permite atravessar continentes sem necessidade de reabastecimento.

Com ele viajam sempre dois assistentes, dois caracterizadores, um guarda-costas, um treinador pessoal, um 'chef' e, por vezes, uma das suas irmãs, a exercer a função da sua representante.

Tom Cruise na antestreia norte-americana de "Top Gun".

A deslocação a Barcelona foi mantida em segredo, mas antes do avião aterrar, o El Mundo revela que já tinha sido levado a cabo uma autêntica operação militar para controlar todos os pormenores da estadia: de Madrid, quatro antigos militares que participaram nas guerras da Bósnia ou do Kosovo tinham chegado com quatro dias de antecedência para controlar o perímetro e o interior do Mandarín Oriental, o hotel de cinco estrelas pessoalmente escolhido pelo ator.

Posteriormente, juntou-se uma guarda avançada de agentes de segurança norte-americanos e as duas equipas percorreram várias vezes a distância entre a suite do hotel e o carro estacionado à porta principal para fazê-la no menor espaço de tempo possível e evitar possíveis obstáculos.

Já a suite onde ficou Cruise foi completamente revistada à procura de possíveis microfones, câmaras ocultas e artefactos explosivos, antes de ser selada para que ninguém entrasse antes da sua chegada.

Durante a estadia, dois guardas armados em turnos de 12 horas vigiaram a porta e sempre que o ator saísse , as instalações voltaram a ser reviradas de alto a baixo. Este trabalho repetiu-se "meticulosamente" pela última vez após Cruise deixar Barcelona, para que a equipa do hotel a seguir pudesse preparar tudo para voltar a alugar a suite. Uma parte da cozinha do hotel também foi exclusivamente reservada para o seu 'chef' especialista em "slow food".

O El Mundo indica especificamente que o chefe dos guarda-costas do ator é Mario Román, um antigo polícia de Nova Iorque que não o larga em momento algum. Ao seu lado está outro antigo polícia da cidade. Ao todo, são oito pessoas que velam pela segurança.

A operação completou-se com uma caravana de 12 carros de luxo de vidros espelhados que se deslocaram ao seu destino, a convenção onde Cruise foi recebido com uma longa ovação de pé e agradeceu o trabalho dos exibidores de 37 países: "Estou aqui só para agradecer-vos por tudo. Sei o que é preciso para fazer o que vocês fazem. Obrigado por me permitirem ter a carreira que tive. Vou continuar a fornecer estes filmes a vocês. Sabem que estou aqui para vocês e eu sei que estão aqui para mim. Obrigado pela vossa ajuda no 'Top Gun'. Não apenas os meus filmes, todos os filmes. Quero que todos ganhem. Vejo um futuro brilhante para todos nós".

Tom Cruise com os fãs em Seul

Como recorda o El Mundo, neste evento não houve "fãs" pois foi tudo mantido em segredo e nem mesmo os altos responsáveis da Paramount sabiam da sua chegada.

Mas o jornal também descreve o que acontece nas antestreias: o ator chega sempre duas horas antes da hora marcada para a comunicação social para dar atenção aos fãs, assinando autógrafos, tirar 'selfies' e cumprimentar.

Por perto, estão os inevitáveis seguranças e também entre o público: normalmente logo atrás dos fãs que estão encostados aos gradeamentos estão três "civis" que discretamente se encostam e lhes tocam para se certificarem que não estão armados.

Um especialista recorda: "É preciso ter muito cuidado com a questão dos fãs já que, embora 99,9% sejam muito bons, há sempre alguém que foge ao normal. O Tom recebeu todo o tipo de ameaças, incluindo de morte, pelo que vigiamos cada movimento. As pessoas são tocadas, agarradas pelo pulso caso estejam a usar alguma coisa - normalmente olham para os saltos altos -, aconselhamos que as mãos estejam visíveis e sem nada e, em alguns casos, até chegámos a receber imagens de alguém desde as altas instâncias de Hollywood, alegadamente suspeito que tenha feito o mesmo percurso da estrela".