Pelo terceiro fim de semana consecutivo a nível mundial, "Black Panther: Wakanda Para Sempre" foi o filme mais visto nos cinemas.

Durante o período festivo do "Thanksgiving" [Ação de Graças], entre quarta-feira e domingo, o 30.º filme do Universo Cinematográfico Marvel arrecadou 64 milhões de dólares nos EUA e mais 32,1 do resto do mundo, para um total respetivamente de 367,7 e 675,6 milhões.

Distribuído pela Disney, "Wakanda Para Sempre" foi o único filme a valorizar-se naquele que era um dos mais lucrativos nos cinemas antes da pandemia: com 92,9 milhões, o Top 10 das bilheteiras deste ano foi ainda pior do que o de 2021.

Para isso contribuiu o fracasso da estreia de "Estranho Mundo", a nova animação da Disney, que conseguiu 18,6 milhões nas bilheteiras nos primeiros cinco dias. Os analistas apontavam para os 30 a 40 milhões, uma previsão que já tinha sido revista em baixa.

No mercado internacional, os números também não ajudaram, com apenas 9,2 milhões.

Por comparação, há um ano e numa fase pior da pandemia, "Encanto" arrancou com 40,6 milhões nos primeiros cinco dias. Em 2019, "Frozen 2" conseguiu uma estreia de 125 milhões.

Com a exceção de "Raya e o Último Dragão", lançado durante a pandemia e disponível ao mesmo tempo na plataforma Disney+, esta foi a pior estreia para a Disney desde "Winnie the Pooh" em 2011.

A diferença é que essa produção custou 30 milhões e a a mais recente, com as vozes originais de Jake Gyllenhaal, Dennis Quaid, Jaboukie Young-White, Gabrielle Union e Lucy Liu, custou algures entre 120 a 180 milhões de dólares.

Com uma previsão global de receitas a ficar pelos 85 milhões (incluindo streaming) e custos de produção e marketing nos 274 milhões, o estúdio com tem em mãos com "Estranho Mundo" um "flop" histórico comparável aos de "Taran e o Caldeirão Mágico" (1985), "O Planeta do Tesouro" (2002) e "O Paraíso da Barafunda" (2004).

A outra grande estreia da semana foi o lançamento durante apenas uma semana, da sequela "Glass Onion: Um Mistério Knives Out": a Netflix não divulga números, mas fontes dos estúdios rivais apontam para cerca de 13 milhões de dólares em cerca de 700 salas.

Esta foi a melhor receita para um filme destinado a um público adulto, ficando no ar a sugestão que o sucesso podia ter sido histórico se a plataforma tivesse apostado num lançamento em mais de 3000 salas: analistas recordaram ao The Hollywood Reporter que o sucesso do lançamento limitado se deve ao impacto do primeiro filme, lançado por um estúdio tradicional e uma grande surpresa no "Thanksgiving" de 2019, e que esta foi "uma oportunidade perdida para a Netflix em termos de dinheiro extra. Tiveram uma grande chance e erraram".