O FBI está a investigar o roubo a 24 de novembro de 34 GB de material dos servidores da Sony Pictures por um grupo intitulado «Guardians of Peace» [Guardiões da Paz] a partir da Tailândia.

Tal como aconteceu com o caso Edward Snowden/NSA/CIA, as informações chegaram à comunicação social, que as está a divulgar praticamente todos os dias, deixando personalidades com grande poder em Hollywood à beira de um ataque de nervos.

As últimas revelações envolvem uma troca de emails acalorada em fevereiro deste ano entre Amy Pascal, co-presidente da Sony Pictures, e o produtor Scott Rudin, com os dois em desacordo sobre o interesse manifestado por Angelina Jolie em ter David Fincher a realizar o filme «Cleopatra», quando Rudin queria avançar com o cineasta para o projeto sobre Steve Jobs.

A tensão surge quando se sabe que Fincher vai mesmo avançar com o «biopic» sobre o co-fundador da Apple, o que deixa Jolie furiosa. A situação escala rapidamente com Rudin a pedir a Pascal para mandar calar a atriz antes que Fincher fique numa situação em que já não queira avançar com nenhum dos projetos.

Quando Pascal responde em vernáculo para que o produtor não a ameace, este reage de forma brutal, dizendo que não faz sentido estar a perder tempo com um drama sem sentido motivado pelo furioso ego de uma mimada estrela de cinema que descreve como uma celebridade artificial, defendendo que não existe nenhum filme para fazer sobre a rainha egípcia da Antiguidade, que descreve como um banho de ego de 180 milhões de dólares.

O produtor acrescenta que não tem qualquer intenção de destruir a sua carreira por causa de uma «fedelha mimada com um talento mínimo» que não se importou de colocar «Cleopatra» de parte durante 18 meses para ir realizar um filme [«Invencível»]. E oferece-se para o dizer na cara da atriz caso Pascal não o queira fazer.

Um escândalo sem precedentes

Especulou-se que o ataque informático à Sony estivesse ligado à Coreia do Norte, numa retaliação contra o lançamento da comédia «The Interview», cujo enredo envolve o assassinato do líder Kim Jong Un, mas um porta-voz do país negou envolvimento oficial, ainda que tivesse elogiado os perpetuadores.

A exposição dos dados, desde senhas de email a números de Segurança Social e moradas de 47 mil colaboradores, bem como embaraçosos salários que revelam grandes discrepâncias entre géneros, podem resultar em processos de litigância e alterações sobre leis de privacidade.

Igualmente prejudicial foi o lançamento na Internet de cópias de filmes, incluindo o ainda inédito «Annie», com Jamie Foxx, argumentos inéditos, queixas de funcionários sobre os filmes medíocres lançados pelo estúdio, os dados financeiros sobre lucros e prejuízos de vários filmes e até os nomes falsos que as estrelas usam nos hotéis para proteger a sua privacidade (Tom Hanks é «Harry Lauder» ou «Johnny Madrid». Jessica Alba responde por «Cash Money»).

No entanto, os maiores danos estão nos emails privados cheios de considerações sensíveis sobre produção de filmes e a relação com estrelas de cinema, desde os pedidos suplicantes de Paul Reiser para que mais temporadas da sua «sitcom» «Doido por Ti» (1992-99) sejam lançadas em vídeo às preocupações para que «The Interview» seja menos ofensivo, a possibilidade de o Homem-Aranha aparecer no próximo «Capitão América» do estúdio rival Marvel ou comentários sobre o pénis de Michael Fassbender no filme «Vergonha». As revelações prometem não ficar por aqui.

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