Em 2009, muitos achavam que
Darren Aronofsky , hoje com 41 anos, deveria ter sido nomeado à estatueta dourada por
«O Wrestler», que valeu a
Mickey Rourke e
Marisa Tomei nomeações à estatueta de Melhor Actor e Melhor Actriz secundária. Este ano a Academia redimiu-se e nomeou o seu mais recente filme,
«Cisne Negro», a cinco galardões, incluindo Melhor Filme, Melhor Actriz (
Natalie Portman) e Melhor Realizador.

Darren Aronofsky estudou em Harvard e no American Film Institute, onde se formou com distinção, e deu logo que falar com a sua primeira longa-metragem,
«Pi», em 1998. Rodado com o micro-orçamento de 60 mil dólares, totalmente financiado por familiares e amigos, o filme revelava uma enorme inteligência no desenvolvimento do conceito do matemático que procurava descobrir os padrões universais da criação, e valeu-lhe o troféu de Melhor Realizador no Festival de Sundance e a aura de cineasta de culto.

Logo a seguir, voltou a fazer uso de todas as ferramentas cinematográficas ao seu dispôr para adaptar ao cinema o romance «Requiem of a Dream», de Hubert Selby Jr., em
«A Vida Não é um Sonho» (2000), desta feita já com actores conhecidos, como
Ellen Burstyn,
Jared Leto e
Jennifer Connelly. Este estudo sobre os vícios, narrativamente originalíssimo, foi unanimemente elogiado e valeu a Burstyn a nomeação ao Óscar de Melhor Actriz.

Com a reputação fortalecida, Aronofsky atirou-se de seguida àquele que seria o seu primeiro filme com estrelas de primeira linha,
Hugh Jackman e
Rachel Weisz, mas os resultados foram catastróficos:
«The Fountain - O Último Capítulo» (2006) foi um «flop» de bilheteira e dividiu fortemente a crítica, com muito mais gente a pender para uma apreciação altamente negativa que a reconhecer na obra qualquer espécie de visionarismo.

Felizmente, Aronofsky recuperou logo de seguida todo o prestígio com o muito premiado
«O Wrestler» (2008), optando então por uma narrativa muito mais despojada de efeitos e a assentar na «performance» de um renascido
Mickey Rourke. Do mundo da luta livre profissional passou para o do ballet, com
«Cisne Negro», que cimentou o seu estatuto como um dos mais interessantes cineastas da actualidade.

E a provar a sua amplitude de registos, Aronofsky está actualmente a rodar o novo filme do super-herói Wolverine, sequela de
«X-Men Origens: Wolverine», que o reúne novamente a
Hugh Jackman.