Para sustentar esta afirmação,
Pedro Maia lembrou que, em 2005, o Curtas de Vila do Conde, cuja 19ª edição termina a 17 de Julho, premiou
João Salaviza, o realizador que, quatro anos depois recebeu uma Palma de Ouro no Festival de Cannes com a curta-metragem
«Arena».
«Se não fosse descoberto no Curtas, sê-lo-ia mais tarde, mas a verdade é que o primeiro prémio que Salaviza ganhou foi aqui, em Vila do Conde», congratulou-se Pedro Maia.
Apesar de festival ter 19 anos, o
Take One surgiu mais tarde, em 2004, com o objetivo de apostar em filmes realizados por alunos de ensino superior que frequentam escolas de audiovisual ou cinema.
Uma forma de dar oportunidade a uma geração, na sua maioria, mais jovem, de apresentar «os seus primeiros trabalhos de realização» que não teriam lugar «na secção profissional do festival, devido a fragilidades técnicas e artísticas», explicou. É que estas películas são feitas num «âmbito académico», acrescentou.
E os talentos que têm surgido no âmbito do Curtas têm «potenciado uma nova geração de realizadores que é reconhecida internacionalmente», frisou ainda.
Assim, e depois de ganharem prémios neste festival, o «sucesso» destes realizadores tem sido, na maioria dos casos, «garantido», asseverou Pedro Maia.
Pedro Maia faz questão de enaltecer o facto de estas produções serem realizadas «sem orçamento ou qualquer tipo de investimento».
Ou seja, aqui «fazem-se filmes sem gastar dinheiro, mas que ganham prémios», sublinhou.
Para além da fragilidade técnica, da inexistência de orçamento, as curtas produzidas para o Take One, de ano para ano, «têm aumentado de qualidade», assegurou Pedro Maia que faz parte da Comissão de Seleção destes filmes para o festival.
Para esta 19ª edição, chegaram a Vila do Conde 120 filmes de escolas que incluem no seu currículo as componentes de cinema e multimédia.
Foram selecionados 12, sendo que alguns deles são de «excelência» ao nível da qualidade, apresentando-se, na sua maioria, sob a forma de documentário ou ficção.
O primeiro prémio para o vencedor do Take One inclui, além de dinheiro e material de cinema, os direitos de aquisição da película por parte do programa Onda Curta, que passa na RTP.
O filme é ainda adquirido pela Agência da Curta-Metragem que acaba por «catapultá-lo para outros festivais de sucesso internacional», apontou ainda Pedro Maia.
Em complemento à competição, o Take One! apresenta ainda no seu programa o Escolas em Foco, um espaço de formação e ainda uma maratona de vídeo de 48 horas.
Os vencedores de todas as categorias do Curtas de Vila do Conde serão conhecidos no sábado, mas até lá, os amantes de cinema ficam na expectativa de saberem quem será o próximo talento português que vai vingar no cinema internacional.
SAPO/Lusa
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