A curta-metragem portuguesa
«O Outro Lado», de
Tiago Pimentel, vai preceder nas salas de cinema nacionais o filme
«Atividade Paranormal 4». A fita partiu de um concurso promovido pela ZON Audiovisuais e pelo SAPO que propunha a realização de um filme até um minuto de duração inspirado na série «Atividade Paranormal», sendo o prémio a estreia em sala em complemento do mais recente filme da saga, que chega aos ecrãs portugueses a 31 de outubro.

Pimentel, de 32 anos, é consultor informático de profissão mas tem uma paixão pela Sétima Arte que já o levou à crítica de cinema, tanto na revista «Premiere» como no site Cinema2000, e à realização de filmes amadores, com um grupo fiel de amigos, que inclui a média-metragem «O Lago», com 61 minutos, exibida no início de outubro na SIC Radical.

Para «O Outro Lado», o que mais interessava a Tiago Pimentel era «jogar com o facto de que aquilo que uma das câmaras está a ver pode ser completamente diferente daquilo que a outra câmara está a ver. Era o jogo de diferença de perspetivas que eu mais queria explorar». Em conversa com o SAPO, Pimentel explicou que tem «investido em algum material, porque por mais ideias que se tenha é preciso ter um meio audiovisual credível o suficiente para as pessoas acreditarem na imagem. Filmei «O Outro Lado» com uma câmara de vídeo Canon XHA1. Por acaso, aqui só usei a camara despida, tal como ela se vende, mas noutros filmes tenho um adaptador de 35 mmm que costumo usar».

A escolha de «O Outro Lado» como vencedora do concurso «Curtas do Paranormal» foi efetuada pela ZON Audiovisuais, pelo SAPO e pelo multifacetado
Filipe Melo, músico, argumentista de banda desenhada e responsável pela curta-metragem de terror
«I'll See You in my Dreams» e a série televisiva «Mundo Catita».

Em conversa com o SAPO, Melo disse que «que este tipo de iniciativas permite a toda a gente que gosta de cinema a oportunidade de ter uma janela para mostrar o seu trabalho», sublinhando que «está mais que provado que um filme feito numa só casa com uma só câmara de filmar pode fazer milhões de dólares e mudar o cinema de terror. Portanto, objetivamente o «Atividade Paranormal» podia ter sido feito aqui em Portugal, o que prova que a imaginação é mais poderosa que qualquer máquina de produção. E as curtas-metragens que eu vi no Curtas do Paranormal são uma prova de que há talento e uma grande vontade fazer cinema de género, que infelizmente é algo que cá ainda não se faz. E isto é um passo para que isso aconteça».