As sessões do Shortcutz Viseu são retomadas na sexta-feira, na incubadora do centro histórico, que terá uma lotação muito limitada devido ao risco de contágio da covid-19.

“Chegaram a estar presentes mais de 80 pessoas na sala, agora a lotação máxima será de 20”, explicou à agência Lusa Luís Belo, um dos promotores destas sessões de cinema curto.

Por causa da pandemia, as sessões estiveram paradas e retomam agora mantendo a competição e a presença de realizadores, mas com algumas diferenças.

“Antes mostrávamos três/quatro filmes, agora vamos reduzir para dois filmes em competição, com os realizadores presentes”, referiu Luís Belo.

Isso permite que, ao invés de duraram mais de duas horas, as sessões não tenham mais do que uma hora, “para não estar toda a gente muito tempo com máscara dentro da sala”, justificou.

Também a periodicidade será diferente: “Como perdemos estes meses em que teríamos feito várias sessões, pelo menos até setembro, a periodicidade vai ser semanal”.

Na sexta-feira, será apresentado “Um retrato de borboletas”, de Henrique Prudêncio, e “Sofia”, de Filipe Ruffato e Gonçalo Viana.

“Teremos dois realizadores presentes, um por filme, e ainda o ator Salvador Nery”, disse Luís Belo.

Na sessão do dia 26, será mostrado “Declive”, de Eduardo Brito, e “Amor Quântico”, de Paulo Furtado.

Durante o período de confinamento, os promotores do Shortcutz Viseu decidiram que, em vez de, por exemplo, fazerem sessões pela Internet, seria mais interessante começar a trabalhar numa plataforma à qual as pessoas pudessem aceder.

Surgiu assim o projeto short/age (disponível em www.shortage.online), que reúne “mais de 60 curtas-metragens portuguesas prontas a ser visualizadas de forma gratuita, à data do seu lançamento”, funcionando como “diretório que irá crescer ao longo do tempo”, contou Luís Belo.

“Mas mostrar os filmes pareceu-nos pouco. Para além dessa vertente, que é interessante e importante, queríamos ter algo mais. E esse algo mais para nós, que acaba por ser o principal fundamento da plataforma, é incentivar à criação de novos conteúdos”, referiu.

Nesse âmbito, a plataforma foca a sua atenção na criação de novos argumentos, desafiando oito autores a escreverem novas obras, que serão depois musicadas por oito compositores e ilustradas por Susa Monteiro.

A primeira obra – “Primeiro acto da tranquilidade”, que já se encontra disponível na plataforma – conta com o argumento de Guilherme Gomes e a trilha sonora de Samuel Martins Coelho.

“É o início de um filme, que pode ou não ser concretizado. Estamos a levantar a cortina sobre o que é a criação, sobre como é que nasce um filme. É um guião, com uma escrita quase técnica”, explicou.