Pelo menos 15 rodagens de obras de cinema e audiovisual, e trabalhos de prospeção e pré-produção foram cancelados ou adiados, na sequência das medidas para conter a pandemia da doença COVID-19, revelou o Instituto do Cinema e Audiovisual.

De acordo com dados fornecidos à agência Lusa, algumas das filmagens estavam previstas para março ou abril.

“A esta, acresce o cancelamento de outros trabalhos, nomeadamente de ‘repérage’ [escolha de locais para filmagens], viagens de prospeção ou de serviços de pós-produção”, por via de encerramento temporário de estúdios não só em Portugal como noutros países, refere o instituto.

Esta semana, alguns produtores de cinema e audiovisual contactados pela Lusa disseram estar ainda a tentar perceber o impacto da pandemia Covid-19 no setor e a reajustar planos de produção, apelando ao ICA para que mantenha em curso o calendário dos concursos de apoio financeiro e respetivos montantes, essenciais para o setor.

O ICA anunciou entretanto “medidas excecionais” nos concursos de apoio financeiro, entre as quais flexibilidade nos procedimentos burocráticos e a possibilidade de os filmes apoiados terem uma primeira exibição em televisão ou em plataformas de ‘streaming’.

A par do ICA, também a Portugal Film Commission viu adiados ou cancelados vários eventos onde estaria presente para promover Portugal como destino de filmagens, como contou à Lusa o responsável da estrutura, Manuel Claro.

A Portugal Film Commission tinha confirmada presença no festival South by South West, nos Estados Unidos, no festival Series Mania e no mercado MIPTV, em França, mas os eventos foram todos cancelados.

Foram ainda adiados o encontro de ‘film commissions’ em Los Angeles, nos Estados Unidos, a primeira edição do OnSeries, em Lisboa, e o evento Portugal 360 em São Paulo, no Brasil.

A Portugal Film Commission tinha ainda prevista presença em “dois eventos internacionais de grande dimensão”: O Festival de Cinema de Cannes, marcado para maio e agora adiado para o verão, em data a confirmar, e o festival de cinema de animação de Annecy (França), previsto para junho.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.

O Governo aprovou medidas como o “isolamento obrigatório” para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa, sob o risco de “crime de desobediência”, e a generalização do teletrabalho para todos os funcionários públicos que o possam fazer.

Foi ainda decretado o fecho das Lojas do Cidadão, bem como dos estabelecimentos com atendimento público, com exceção para, entre outros, as mercearias e supermercados, postos de abastecimento de combustível, farmácias e padarias.

O Governo decidiu criar, também, um "gabinete de crise" para lidar com a pandemia da Covid-19, que integra os ministros de Estado, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis.

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