O setor do cinema italiano protestou esta segunda-feira (26) contra o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, após a decisão de voltar a fechar os cinemas, teatros e salas de concerto numa tentativa para controlar a pandemia.

Vários realizadores de cinema e associações cinematográficas escreveram uma carta a Conte e ao ministro de Cultura italiano, Dario Franceschini, para criticar esta medida que "pode pôr em perigo o futuro de todo um setor".

"Num momento em que trabalhamos com dificuldade para voltar a recuperar, obrigar os cinemas a pararem novamente a sua atividade pode pôr seriamente em perigo o futuro de todo um setor", garante a carta, publicada em vários meios de comunicação italianos e destacada por cineastas como Nanni Moretti, Pupi Avati, Paolo Virzí e Marco Bellocchio.

As salas de cinema já tiveram que fechar no início de março na Itália, que tinha sucumbido durante a primeira onda da COVID-19. Tal como em Portugal, os cinemas não voltaram a abrir as suas portas até junho, com a obrigação de respeitarem o distanciamento social no seu interior.

"Está demonstrado que [...], graças aos rígidos protocolos sanitários que [...] regulam as projeções e os espetáculos, os cinemas e os teatros são os lugares mais seguros, onde não se detetou nenhum contágio", defenderam os subscritores da carta.

"Mesmo sob as bombas da Segunda Guerra Mundial, o cinema não abalou, e continuámos a ter salas", recordou o realizador Marco Bellocchio numa entrevista publicada na segunda-feira no jornal La Repubblica.

A pandemia contagiou mais de 500 mil pessoas na Itália, onde morreram mais de 37 mil pessoas.