O concurso público para os cargos de diretor e subdiretor da Cinemateca Portuguesa, que abre até ao final do ano, apresenta novas regras em relação ao anterior, realizado em 2013, anunciou o ministro da Cultura na segunda-feira.

O atual diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa, e o subdiretor, Rui Machado, assumiram funções em 2014, na sequência de um concurso público aberto em 2013, e foram reconduzidos nos cargos, por mais cinco anos, em março de 2019.

O Governo prevê abrir novo concurso para os dois cargos até ao final deste ano e, segundo Pedro Adão e Silva, segunda-feira numa cerimónia na Cinemateca, algumas regras foram alteradas, nomeadamente em relação ao perfil dos candidatos e nas orientações estratégicas e objetivos a atingir.

Se em 2013 era obrigatório que os candidatos fossem cidadãos portugueses, hoje é possível candidatarem-se também ao cargo cidadãos brasileiros, a quem tenha sido reconhecido o estatuto de igualdade.

Além disso, deixou de ser dada preferência a áreas de formação académica, quando em 2014 tinham vantagem os candidatos formados em História, Direito, Economia, Gestão, Cinema e Comunicação Social.

No novo concurso, passa a ser valorizada a experiência profissional em organizações públicas ou privadas do setor cultural, bem como em iniciativas de formação, captação e diversificação de públicos. Em 2013, era dada preferência a candidatos com experiência profissional de dirigente em organizações públicas ou privadas, assim como na gestão de recursos e planeamento de atividades na área do Cinema e Arquivo.

Se em 2013 era dada preferência a candidatos com formação complementar na área do Arquivo e Documentação, no novo concurso é dada primazia a quem tenha conhecimentos aprofundados em História do Cinema, preservação e gestão de arquivos cinematográficos e audiovisuais e programação e gestão cultural.

Os objetivos a atingir pelos novos diretor e subdiretor que forem escolhidos “correspondem a um novo ciclo, posterior ao investimento que está neste momento a ser feito na modernização do laboratório do ANIM [Arquivo Nacional das Imagens em Movimento], na digitalização intensiva de património fílmico e no equipamento dos cineteatros com projetores digitais”, segundo o ministro da Cultura.

Entre os objetivos estão o desenvolvimento de um novo projeto museológico para a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, a ampliação da disponibilização ‘online’ do património cinematográfico português, o desenvolvimento de um plano de distribuição para os filmes de cujos direitos a Cinemateca seja titular ou a participação na operacionalização do Plano Nacional de Cinema.

As orientações estratégicas estabelecidas passam por ampliar a divulgação descentralizada do património cinematográfico, em rede e em cooperação com parceiros nacionais e internacionais, ou reforçar a relação da Cinemateca com as escolas de todos os níveis de ensino.

O atual diretor, José Manuel Costa, está ligado à Cinemateca Portuguesa desde 1976 e, antes de ter assumido a direção, foi subdiretor entre 1995-1997 e 2010-2014. Foi ainda responsável pelo projeto e instalação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM).

Já o subdiretor, Rui Machado, entrou para a Cinemateca em 1990, onde começou como técnico de conservação e preservação fílmica, tendo em 2006 dirigido o ANIM, subindo em 2014 para a equipa de direção.

O anúncio de abertura do concurso foi feita pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, durante a sessão de entrega da Medalha de Mérito Cultural a seis personalidades do cinema - as atrizes Isabel Ruth e Manuela de Freitas, o diretor de fotografia Acácio de Almeida, os realizadores Manuel Faria de Almeida e Margarida Cordeiro e o cineasta António da Cunha Telles, a título póstumo -, anunciada no passado dia 20 de outubro.