A direção do festival voltou a orientar os critérios de escolha da programação para um cinema que reclama uma «prática de cidadania» e dá uma maior atenção "aos acontecimentos em redor do festival".

A dimensão política e militante do festival é assumida em várias vertentes, a começar pelos filmes de abertura e encerramento: respetivamente
«Pays Barbare», de Yervant Gianikian e Angela Lucchi, que tem como tema de fundo o fascismo e o colonialismo, e
«Manuscripts don't Burn», do iraniano Mohammad Rasoulof. O realizador iraniano iria presidir a um dos júris do DocLisboa, mas o passaporte foi-lhe confiscado em setembro, em Teerão. A cadeira do realizador permanecerá simbolicamente vazia no festival, em sinal de protesto.

Há ainda a secção Cinema de Urgência, criada em 2012, que apresentará este ano vinte filmes muito curtos (com o máximo de quatro minutos) da produtora de cinema síria Abounaddara que, depois do início do conflito, se tornou num coletivo de realizadores que denunciam o que se passa na Síria.

Na mesma secção, serão mostrados filmes que registam as convulsões sociais e políticas no Egito e na Turquia, e as manifestações recentes no Brasil.

Num momento de «resistência» do cinema português, face à escassez de investimento, o DocLisboa selecionou, até 3 de novembro, 46 filmes portugueses, entre os quais
«Redemption», de
Miguel Gomes, «E Agora? Lembra-me», de
Joaquim Pinto, «A Mãe e o Mar», de
Gonçalo Tocha, e «Twenty-one-twelve, the Day the World Didn't End», de
Marco Martins.

O realizador francês
Alain Cavalier estará em Lisboa para uma retrospetiva integral da sua obra cinematográfica, assim como o realizador chileno Patricio Guzman, a propósito do ciclo dedicado aos 40 anos do golpe militar no Chile.

Na secção Heart Beat, da relação entre cinema e música, haverá, por exemplo, documentários sobre Ney Matogrosso, The National, Dizzy Gilespie e sobre o kuduro.

A programação completa do DocLisboa poderá ser consultada em
www.doclisboa.org.

Saiba mais no
MEO Kanal do Doclisboa

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