O cinema do realizador Paulo Rocha vai ser exibido em dezembro em Madrid, na maior retrospetiva até agora em Espanha, para "emendar o esquecimento de uma figura imprescindível", revelou a organização.

A retrospetiva começa no domingo, no Cine Doré, sede da cinemateca espanhola, com os filmes "As sereias" (2001) e "Máscara de aço contra abismo azul" (1988), e estender-se-á por todo o mês de dezembro.

"Apesar das dificuldades de acesso ao seu trabalho, Paulo Rocha é reconhecido nos circuitos cinéfilos e pelos críticos internacionais como um autor de uma das mais importantes obras cinematográficas em língua portuguesa; uma reflexão complexa sobre Portugal, as suas raízes culturais e matrizes identitárias", sustenta o Festival Márgenes, que organiza o ciclo.

Na retrospetiva serão exibidos 13 filmes, entre os quais "Se eu fosse ladrão, roubava", o último do realizador, de 2012, e os dois primeiros - "Os verdes anos" (1963) e "Mudar de vida" (1966) -, inaugurais do Cinema Novo Português.

Paulo Rocha, que morreu em dezembro de 2012, "é um autor de um talento enorme e extraordinário, cuja influência é visível na obra de realizadores portugueses contemporâneos como João Pedro Rodrigues, Pedro Costa, Miguel Gomes e João Salaviza", lê-se na nota de imprensa.

No dia 04, a sessão de "Os verdes anos" será apresentada pelo realizador Javier Rebollo e por António Rodrigues, da Cinemateca Portuguesa.

Intitulada "Paulo Rocha - Os Verdes Anos", a retrospetiva é uma iniciativa do festival Márgenes em parceria com as cinematecas de Portugal e Espanha e da embaixada portuguesa neste país.