Esta mostra de cinema, abreviada sob o título Traça, é uma iniciativa do Arquivo Municipal de Lisboa e desvenda filmes amadores, feitos em contexto privado ou familiar, recolhidos por este organismo.

Nesta terceira edição, a curadoria dos filmes escolhidos gira em torno de Marvila e Alvalade, com a mostra a adaptar-se ainda às contingências da pandemia da COVID-19, propondo percursos pelas ruas dos dois bairros e exibição de filmes feitos por moradores.

A programadora da Traça, Inês Sapeta Dias, explica na nota de imprensa que a curadoria desta terceira edição foi entregue a Maria do Mar Fazenda, compilando filmes de família do arquivo municipal.

Na programação - disponível em www.traca-arquivo.com - será possível perceber que foram escolhidos filmes que mostram paisagens antigas de Marvila e Alvalade, a serem projetadas e comentadas de forma recíproca entre as duas freguesias.

"Alvalade é o bairro de onde nos chegam mais filmes, mas Marvila está totalmente ausente neste arquivo de filmes de família", fruto da própria geografia urbana, constatou Inês Sapeta Dias.

Alvalade está "desenhada e programada para ser autossuficiente e estar fechada sobre si própria", mas há percursos "percursos históricos ou quotidianos" que ligam os moradores de Marvila a este bairro.

A Traça aconteceu pela primeira vez em 2015, focada nos arquivos familiares sobre bairro Castelo. A segunda edição foi dedicada à recolha, seleção e montagem de filmes amadores do bairro da Madragoa.

Esta terceira edição estender-se-á até ao dia 25 e contará, por exemplo, com filmes de José António Correia Pais e que mostram um terreno onde até aos anos 2990 esteve o Bairro da Quinta do Narigão, em Alvalade, imagens de Maria Silvandira Martins, moradora do Bairro do Relógio, destruído nos anos 1990.

Haverá ainda uma ligação ao projeto TV Chelas, do rapper Sam The Kid.

As iniciativas contarão com a participação do encenador Jorge Silva Melo, da artista plástica Fernanda Fragateiro e dos coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz, entre outros.