Aos 78 anos e recuperada de um acidente vascular cerebral de menor gravidade em 2019 que assustou o mundo do cinema, Catherine Deneuve chegou ao Festival de Veneza, onde será homenageada no primeiro dia com o Leão de Ouro pelo conjunto da sua carreira.

Aquando do anúncio do prémio em junho, o diretor do festival Alberto Barbera relembrou o "impressionante número" de filmes nos quais participou a atriz francesa, trabalhando ao lado de nomes como Roger Vadim, Jacques Demy, Luis Buñuel, Roman Polanski, François Truffaut e Marcello Mastroianni.

"É sempre muito difícil quando se tem de parar e olhar para trás como se se tivesse tomado decisões a pensar no futuro, mas nunca é assim. Há muita sorte, boas decisões, às vezes algumas erradas. Depois de tantos anos, surge uma lista para se ver e a esperança de ter escolhido o correto na maioria das vezes", explicou em conferência de imprensa (citada pela revista The Hollywood Reporter), onde se apresentou de forma confortável e um 'pin' a recordar a Ucrânia.

Como os momentos mais significativos na longa carreira, as escolhas recaíram no filme "Os chapéus de chuva de Cherburgo" (1963), de Jacques Demy, e as colaborações artísticas por vários títulos com os cineastas François Truffaut e André Téchiné.

Imparável, a atriz revelou ainda que vai começar a trabalhar em mais dois projetos que começam a produção ainda este ano.

Constatando a sua idade e experiência, notou que "é muito melhor estar na Europa do que na América quando se é uma atriz e com mais idade... as coisas mudaram muito [em torno do preconceito de idade na indústria cinematográfica], mas ainda acho que as coisas são melhores na Europa para isso".