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Festin, hoje apresentado, está marcado para os dias 09 a 16 de maio e exibirá, no cinema São Jorge, mais de 70 filmes do espaço lusófono, com particular destaque para a produção brasileira, a que teve mais inscrições entre os quase 300 filmes recebidos pela organização.
Adriana Niemeyer, da direção do Festin, explicou que o festival aglutinou a mostra de cinema brasileiro, que anualmente era exibida em Portugal, mas não deixa de mostrar a produção dos outros países da lusofonia e falados em português.
Em 2011, o Brasil estreou 99 produções brasileiras, com 18 milhões de espetadores e 67,7 milhões de euros de receita bruta de bilheteira, segundo dados da Agência Nacional do Cinema, do Brasil.
Alguns desses filmes serão exibidos em estreia, em Lisboa, como
«Vips», visto no Brasil por quase 600 mil espetadores, que abrirá o Festin com a presença do realizador, Toniko Melo, e
«Amanhã Nunca Mais», primeiro filme de Tadeu Jungle.
O realizador
Hector Babenco, argentino com nacionalidade brasileira, que rodou
«O Beijo da Mulher Aranha», estará em Lisboa para ser homenageado pelo festival, que exibirá
«Carandiru» (2003) ou
«Pixote - A Lei do mais Fraco» (1981).
Haverá ainda uma retrospetiva dedicada ao ator
Jardel Filho, que incluirá
«Terra em Transe» (1967), de
Glauber Rocha.
Destaque ainda para o documentário
«Mamonas para Sempre», de Cláudio Kahns (que estará em Lisboa), sobre o grupo rock brasileiro Mamonas Assassinas, que apenas durou oito meses, vendeu mais de três milhões de discos e teve um fim trágico com a morte dos cinco músicos num acidente de avião, em março de 1996.
Da restante programação, há 12 filmes de África, como
«Festa de Quintal: The angolan Home Theatre», de Coreón Dú (Angola), e
«Impunidades Criminosas», de Sol de Carvalho (Moçambique), mas São Tomé e Príncipe está ausente, pela escassa produção.
De Timor-Leste foram apenas selecionados pequenos filmes institucionais, porque a restante produção está em inglês e o festival apenas aceita filmes em língua portuguesa.
Há alguns filmes portugueses selecionados, como
«Nada Fazi», de Filipa Reis e João Miller Guerra,
«O Dormitório», de Vanessa Fernandes,
«O Canto dos Cisnes», de Marco Barbosa, e
«E Amanhã», de Bruno Cativo.
O ciclo de curtas-metragens, dedicado à inclusão social, inclui, entre outros, «Nada Fazi» e um filme que está ainda a ser feito por moradores do bairro da Quinta do Mocho, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
O Festin quer associar-se à série de eventos Ano de Portugal no Brasil e Ano do Brasil em Portugal, que se assinala a partir de setembro e conta com o apoio do governo brasileiro, que declarou o evento como «festival de interesse nacional».
Adriana Niemeyer reconheceu as dificuldades em colocar de pé um festival de cinema, sem apoios financeiros, apenas parcerias institucionais. «O Festin nasceu na crise, cresceu na crise. É preciso muito trabalho e imaginação para fazer um festival», disse.
@Lusa
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